A janela de transferências no futebol brasileiro, que se encerra nesta quinta-feira (7), quebrou recordes. Pela primeira vez, ela superou a marca de R$ 1 bilhão em contratações. O que chama a atenção é que o número de jogadores negociados foi menor, mas todos com cifras que extrapolam a realidade. É um recado claro do quanto o futebol brasileiro está inflacionado e, ao mesmo tempo, disposto a gastar.
O primeiro ponto é a larga vantagem do Brasil em relação aos países sul-americanos no aspecto econômico. A ampliação de sete para nove estrangeiros para cada clube exemplifica isso. Mas é preciso considerar também que o milhão virou algo banal por aqui. Ganhar três dígitos é algo normal para praticamente todos os jogadores da dupla Gre-Nal, por exemplo. Estamos normalizando o salário de R$ 600 e até R$ 800 mil para muitos jogadores.
Para tentar acompanhar os altos investimentos de Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, os últimos três campeões brasileiros, Inter, Corinthians e Botafogo apostaram em grandes investimentos. Vasco, São Paulo e Grêmio também. E com muito dinheiro.
O Flamengo outra vez lidera o ranking dos clubes com maior investimento. O clube carioca gastou R$ 160 milhões em apenas três jogadores. O Botafogo fez a compra mais cara; Luiz Henrique custou mais de R$ 85 milhões. O Corinthians, um dos clubes mais endividados do Brasil, anunciou 10 reforços e gastou mais de R$ 130 milhões.
As SAF’s, ao mesmo tempo que chegaram para profissionalizar a gestão dos clubes, trouxeram uma grande capacidade de investimento. A consequência disso só saberemos daqui a alguns anos. Vale tudo pelo título. A janela do bilhão deixa claro também que o Brasil será por várias temporadas o reduto de muitos jogadores sul-americanos. Mais de 50 foram anunciados só neste período.