A Seleção Brasileira tem um desafio mais imediato do que voltar a vencer a Copa do Mundo: o de se reconectar com o torcedor. Conquistar o Mundial é difícil, depende de vários fatores, mas ser a Seleção do torcedor é uma tarefa mais fácil, e esse trabalho precisa ser construído imediatamente.
Ficar um ano sem técnico não deverá comprometer a presença na próxima Copa do Mundo, que terá 48 participantes e todo mundo vai jogar, mas qual será a identidade de uma instituição do tamanho da Seleção Brasileira, a única pentacampeã, ao ficar tanto tempo sem um comandante? Não faz sentido, ainda que reconheça o italiano Carlo Ancelotti como um dos melhores técnicos do mundo.
O treinador, inclusive, reforçou o desejo de ficar no Real Madrid para cumprir o contrato até julho do ano que vem e, publicamente, nunca indicou a possibilidade de assumir a Seleção. É um amor unilateral.
Com o ciclo de Copa mais curto, de três anos e meio, o Brasil perderia boa parte dele com um técnico interino. Esse é um período para se reaproximar com o torcedor, iniciar a renovação, além, é claro de vencer os jogos das Eliminatórias. E é preciso jogar amistosos no Brasil, voltar a lotar estádios, fazer o torcedor ter carinho pela Seleção.
Nem falo aqui de plano B. Precisa de um plano A, afinal de contas, estamos falando da maior seleção do mundo. O novo técnico precisa começar o trabalho agora.