A Seleção Brasileira cogita esperar até junho de 2024 para anunciar o técnico Carlo Ancelotti, nome dos sonhos da CBF e que tem mais um ano de contrato com o Real Madrid. Em entrevista concedida nesta terça (13), em Madrid, quando participava de um evento na sede da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), o presidente da entidade deixou clara esta possibilidade e falou ainda em consultar os atletas a respeito do tema.
— Muitos me falam isso, que temos que esperar pelo Ancelotti. A gente entende, mas isso não é uma decisão isolada do presidente. Teríamos que ouvir os nossos diretores e também os atletas. Os atletas fazem parte do nosso trabalho. Não tomamos decisões que não possam estar sintonizadas com sentimento deles. É uma resposta que só podemos dar no futuro — disso Edinaldo, quando perguntado especificamente sobre a possibilidade de esperar mais um ano pelo italiano.
Ficha 1 da CBF para substituir Tite, que deixou o cargo após a Copa do Mundo 2022, Carlo Ancelotti já declarou publicamente em várias oportunidades que irá cumprir o vínculo com o Real Madrid até junho de 2024. Por isso, passa a ganhar força a possibilidade de o técnico interino Ramon Menezes seguir no comando da Seleção por mais um ano, até a chegada do italiano.
Contudo, Ednaldo deu a entender que não desistiu ainda de contar com Ancelotti ainda nos próximos meses. Após o evento na RFEF, que discutia medidas de combate ao racismo, o presidente da CBF falou em ter pressa para definir o futuro comandante, reafirmou a convicção na possibilidade de contratar italiano, o que definiu como "meta" e deixou aberta inclusive a possibilidade de ter reuniões com o próprio treinador, ou com o seu estafe, na capital espanhola para convencê-lo a assumir a Seleção.
— Tenho agenda ainda aqui em Madrid, mas não posso dizer que é com ele. Até o dia 18, ficaremos aqui entre Barcelona e Madrid. Podemos ter reuniões. Não tô dizendo que é diretamente com ele, mas para ouvir mais pessoas a respeito desta meta que nós temos. Temos que partir para os finalmente. Entendo que até depois dos jogos da Seleção (contra Guiné, no dia 17, e Senegal, no dia 20), já teremos uma posição mais nítida em relação ao trenador — completou.
Em mais de uma oportunidade, Ednaldo falou em ouvir a opinião dos atletas e enalteceu a admiração dos jogadores pelo trabalho de Ancelotti.
— Acho que é importante iniciarmos o trabalho com aquilo que atletas gostam. Torcedores e imprensa falam muito bem dele (Ancelotti) também. Não é nenhum desmerecimento ao bons treinadores brasileiros. Mas é uma meta e essa meta nós ainda estamos buscando — disse Ednaldo.
Questionado sobre a dificuldade de assinar com um treinador que já disse que ficará no seu clube, Ednaldo encerrou a entrevista com um tom otimista:
— Sou nordestino. Sou muito persistente e esperançoso. Espero que possa dar certo.
Ainda sob o comando do interino Ramon Menezes, a Seleção enfrenta Guiné, neste sábado (17), em Barcelona, e Senegal, na próxima terça (20), em Portugal.