A entrevista concedida por Maicon para a repórter da RBS TV, Paula Menezes, após o empate suado do Grêmio contra o Atlético-MG, na Arena, escancarou o sentimento de um atleta que luta contra as dificuldades físicas para conseguir desfilar a sua grande qualidade dentro de campo. Foi visível a emoção do gremista ao falar que trabalha muito para tentar melhorar a cada dia.
Maicon vive um dilema. A cabeça pensa e o corpo não responde. Nada pode ser pior do que isso para um jogador de futebol de altíssimo nível. É um indicativo eminente de que o fim de um ciclo de carreira está se aproximando. Para qualquer profissional, em todas as áreas de atividade, é uma dificuldade muito grande lidar com isso. Aceitar que está se aproximando a hora de parar.
Como liderança e referência técnica, é evidente que o camisa 8 faz muita falta ao time de Renato Portaluppi. Nas últimas amostragens, quando o Grêmio enfrentava grandes dificuldades contra Palmeiras e Atlético-MG, Maicon entrou no segundo tempo e melhorou o desempenho do time. Mas há dados claros, demonstrando que o treinador gremista não poderá contar com o volante por muito tempo durante as próximas partidas. Para termos ideia, na atual temporada, já foram disputados 64 jogos pelo Tricolor. Maicon esteve presente apenas a metade.
A última partida que ele atuou por 90 minutos foi em fevereiro do ano passado, derrota por 2 a 1 para o Aimoré no Cristo Rei pelo Gauchão. A batalha de Maicon vai seguir. A luta contra as dores vai continuar. Como um guerreiro, ele não pode desistir. A tarefa de Renato será usar seu jogador mais qualificado tecnicamente de forma pontual.