Depois de 30 meses, D'Alessandro está de volta ao Inter. Retorna em um movimento com várias faces. A primeira é que agregará ao vestiário sua experiência e sua história. Será a interface entre jogadores e comissão técnica e entre esses e a direção. Fez isso no Cruzeiro, sua trajetória no futebol faz sua voz ser ouvida.
Mas D'Ale não está voltando apenas por isso. Ele também ajudará a atual gestão a ter blindagem tanto com o torcedor quanto no sempre efervescente bastidor político do clube. Há muita pressão de movimentos de oposição sobre a direção. Pelos resultados de campo e pelos números nas contas.
O balanço do primeiro quadrimestre apresentou déficit de R$ 98 milhões — a previsão era de R$ 30 milhões. Serão agregados aproximadamente mais R$ 40 milhões nessa conta do quadrimestre que fecha no dia 31, relativos à enchente.
O Inter precisa urgentemente vender mais um ou dois jogadores. Um deles, Vitão. Mas também precisa aprovar no Conselho o plano das debêntures, que poderão trazer ao clube um respiro com o ingresso de dinheiro novo. Em todo esse cenário, contar com D'Alessandro ajudará nas relações políticas sempre tensas no Beira-Rio.