O Fluminense chegou ao topo apostando em uma filosofia de futebol e mostrou que é possível vencer pensando fora do lugar comum. Mas a ameaça de rebaixamento fez o clube dar uma guinada. Mudou tudo, de técnico, perfil e, principalmente filosofia de jogo. Não há aqui juízo de valor sobre quem é melhor entre Mano Menezes e Fernando Diniz. Só a constatação de que pensam futebol de maneira totalmente diferente. Um pensa no jogo pela bola, o outro, pelo espaço no campo.
Feita essa observação, caiu para Mano Menezes uma das missões mais espinhosas da sua carreira, começando pelo Inter, nesta quinta-feira (4). Primeiro, pelos números. O Fluminense tem seis pontos em 39 disputados (um terço do campeonato). Precisa fazer mais 38, pelo cálculo de 2023, quando o Santos com 43, caiu. Ou seja, ter aproveitamento de 50%. Hoje, ele é de é de 15%.
Mais do que números, Mano precisará lidar com um grupo montado para o jogo de aproximação de Diniz e fazê-lo jogar em transição, cumprindo longas distâncias de campo. Receberá um grupo com alta média de idade e muitas figurinhas carimbadas. Ele receberá um Thiago Silva em julho, craque aos 39 anos, e contará com o retorno de André.
Mas também terá de administrar uma legião sub-40: Samuel Xavier, 34, Marcelo, 36, Manoel, 34, Thiago Santos, 34, Ganso, 34, Renato Augusto, 36, Douglas Costa, 33, Keno, 34, Cano, 36. Ao todo, são 16 jogadores acima dos 30 anos no grupo. Incluem-se nessa lista Fábio, 43, e Felipe Mello, 41.
No domingo (30), contra o Grêmio, Marcão já havia sinalizado uma tímida rejuvenescida no time. Porém, Mano precisará ser mais profundo se quiser implantar sua ideia.