O Grêmio escreveu a história na Arena. É hepta. Apenas em três vezes em 104 anos de Gauchão isso aconteceu. E esse hepta tem o selo de um nove, de um centroavante. Diego Costa, que na verdade veste a camisa 19, pode ser considerado o personagem dessa guinada do Grêmio rumo ao título. A partir da chegada dele, o time se encaixou, ganhou musculatura e confiança. Só deixou de fazer gol em uma partida. Anotou seis. Três deles na semifinal e um na final deste sábado (6).
A final merece um capítulo à parte. Diego marcou o segundo, da virada sobre o Juventude, e construiu a jogada do terceiro, de Nathan Fernandes. Havia um vazio no time e existêncial no Grêmio neste começo de ano com a saída de Suárez. Diego Costa, pelo menos nestes primeiros seis jogos pelo clube, acabou com esse vácuo no coração da torcida.
Há, é claro, outros personagens grandiosos nesta conquista. Há um Renato que, orgulhoso, vestiu ao final uma camisa com o número sete às costas igual ao da camisa do Mundial de 1983. Ele esteve em cinco títulos desse Hepta, mas Renato ganhou tal dimensão no Grêmio que parece estar em tudo. Aliás, o 3 a 1 no Juventude foi seu jogo 499 como técnico.
Há ainda Pavon, decisivo na final, ao construir o lance do gol de empate que tirou o Grêmio de um brete. Há ainda um Gustavo Nunes que joga com naturalidade, como se estivesse entre os guris da Copinha. Há um Villasanti, que se multiplica.
E houve, na hora decisiva, a dupla de zaga histórica. Geromel e Kannemann deram as tintas da vibração e do espírito que momentos como esse exige. Os dois são os únicos jogadores presentes em todos os sete títulos. Isso diz muito do porquê o Grêmio comemorou diante de 54 mil pessoas na Arena o fato de ser um justo campeão.