Há algum tempo, a coluna chama a atenção para a mudança no mapa do futebol brasileiro. A consolidação de clubes como o Fortaleza na Série A e a chegada do Cuiabá, em 2021, colocando na elite o Mato Grosso, depois de 35 anos, são os maiores expoentes. O Athlético-PR entrou de forma definitiva no pelotão de elite.
Chamo a atenção para a entrada do Amazonas neste mapa, em processo semelhante ao que aconteceu com o Mato Grosso há três anos. O acesso do Amazonas à Série B coloca o Estado na competição depois de 17 anos. A última vez havia sido com o São Raimundo, em 2006. Para reforçar essa transformação, trazemos aqui dois movimentos que mostram o quanto Fortaleza e Cuiabá estão com projetos bem definidos e estabelecidos para dar voos maiores.
Os volantes de Vojvoda
Lembram-se de Bruno Gomes, contratado pelo Inter em 2022, usado apenas uma vez e negociado com o Coritiba? Pois ele, agora, está na seleção olímpica e terá metade dos direitos comprados pelo Fortaleza. Ou seja, o Fortaleza está comprando um jogador jovem, de 22 anos, de seleção.
Tudo bem que Bruno não estaria lá se todos os jogadores sub-23 fossem liberados pelos clubes europeus. Mas sua inclusão no grupo mostra que é um jogador bem cotado no mercado. Fica claro o movimento de investir em jogadores jovens para ter retorno técnico e, depois, financeiro.
Vale o mesmo na negociação em que trata da compra de Felipinho, 22 anos, da Ponte Preta — que a coluna, inclusive, sugeriu como contratação para a dupla em dezembro do ano passado. Jogador de alta movimentação no meio-campo, daqueles que conectam duas áreas, ele foi destaque na Série B. Talvez pela campanha ruim da Ponte, ele acabou sendo pouco observado. O América-MG abriu negociações, mas o Fortaleza é quem está mais perto de levá-lo. Observe, o Fortaleza está levando para o seu grupo dois jogadores de clubes que, até seis anos atrás, estavam uma ou duas divisões acima dele.
O CT do Cuiabá
Há muito tempo que bato aqui na tecla da necessidade de Grêmio e Inter construírem CT's equivalentes ao seus tamanhos, com estrutura completa, miniestádio, hotelaria e tudo o mais que permita aos seus técnicos, por exemplo, passar o dia inteiro dentro dele com os jogadores. As estruturas atuais são funcionais, mas de espaço reduzido.
Pois o Cuiabá aproveitou a receita recebida da Liga Forte Futebol para iniciar as obras do Centro de Treinamento Manoel Dresch, idealizador do clube, falecido em fevereiro de 2023. Serão investidos R$ 50 milhões. O grupo principal usa os dois campos já prontos.
Até o final deste ano, dois vestiários já em fase de construção serão finalizados. Ainda em 2024, o clube pretende dar início à fase 2, com a construção do prédio para academia, departamento médico, fisioterapia e toda a área administrativa do clube. A terceira etapa contemplará um restaurante e o hotel para os jogadores. Ele circundará um lago já existente no terreno.
O clube também tem planos de erguer um miniestádio, para jogos da base. Ao todo, o CT projeta ter cinco campos.