O depoimento de Daniel Alves, o mais esperado do dia, durou apenas 20 minutos. Nele, descreveu em detalhes como se deu o ato sexual com a jovem de 22 anos que o acusa de estupro e disse que, em nenhum momento, houve sinal de que ela não estava consentindo.
Conforme o jogador, naquele dia havia saído para almoçar com amigos. Emendou com a janta e beberam demais. Ele disse ter tomado "uma e meia, duas garrafas de vinho, um whisky" e, depois de sair do restaurante ainda parou em um bar para tomar mais alguns drinques.
Ele e seu amigo, Bruno Brasil, chegaram à boate por volta das 2h30min. Inicialmente, ficaram no reservado de número 6. Porém, Daniel pediu para trocarem para o de número 7, ao qual ele costumava ficar por saber da existência do banheiro próximo. Esse espaço também era próximo da pista de dança, e ele "precisava bailar".
Daniel manteve em seu depoimento um roteiro fiel que seu amigo Bruno havia seguido na terça. Confirmou que foi o amigo o responsável por convidar as três jovens a entrarem no camarote.
O jogador disse que dançou e conversou de forma respeitosa com as jovens. Disse que elas o reconheceram, já que pediram mais de uma vez para tirar fotos. Em certo momento, disse, ele e a jovem passaram a dançar mais próximos. Eles teriam começado a "roçar suas partes intimas". A temperatura teria subido, ele a convidou para ir ao banheiro. A garota teria respondido "que tudo bem".
— Quando fui ao banheiro, disse a ela que iria primeiro e ela me deixou esperando um pouco. Achei que ela não viria, pensei que ela não queria vir — disse.
Daniel disse ter entrado no banheiro, baixado a calça e sentado no vaso para receber sexo oral.
— Ela estava na minha frente e começamos a relação. Lembro que ela sentou em mim. Não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral. Ela não me disse nada. Estávamos desfrutando os dois e nada mais — descreveu.
Depois de relatar o que teria acontecido no banheiro, o jogador disse ter ficado sabendo pela imprensa da acusação. Neste momento, ele interrompeu o depoimento para um gole de água e começou a chorar.
Depois do relato do brasileiro, que não respondeu a perguntas da acusação, a promotoria retomou o depoimento da denunciante, afirmando que Daniel Alves a pegou pelo cabelo com força, forçou a fazer sexo oral e deu tapa na cara:
— (Ela) Explicou que viveu uma situação de terror. Foi um relato persistente, crível e duro.