O Corinthians, em estado normal, tem temperatura lá no alto e pressão sempre máxima. Imagina com o começo de temporada em que tem uma nova gestão na qual o presidente concede entrevistas se contradizendo, o capitão e histórico goleiro reclama da falta de reforços e ainda há uma derrota para o Ituano na segunda rodada. Acrescente-se a isso mais saídas do que chegadas.
Mesmo com esse ambiente nervoso, nada justifica, primeiramente, a exposição pública feita por Mano Menezes ao volante Raniele, por arriscar um chute quase do grande círculo. Muito menos, em segundo lugar, a fala preconceituosa com o Cuiabá, um clube jovem, mas que vai para a sua quinta temporada na Série A, sempre sem correr riscos de queda.
Aliás, inclusive, no último Brasileirão, com Mano de técnico, o Corinthians chegou atrás dos mato-grossenses. Errou feio o técnico. É o tipo de declaração que azeda vestiário.
O Cuiabá agiu bem em emitir nota tratando como "descabida" a frase do técnico. Para alguém experiente e que vem reconstruindo sua imagem, mostrando-se mais leve e soft, foi uma derrapada. Acontece com todos. Ainda mais em um momento de pressão. Ainda está em tempo de vir um pedido público de desculpas. Para Raniele e para o Cuiabá.
A frase de Mano Menezes
—Acho que as cobranças que eu fiz são coisas do jogo, nada de tão grave. Certamente poderíamos ter aproveitado as coisas de forma mais eficaz. (...) Talvez te referiste a uma cobrança no Raniele, porque tentou chutar uma bola ao gol... Achou que estava lá em Cuiabá, tentou chutar. Não dá, né? Estamos no Corinthians.