O Juventude está de volta à Série A. Está em seu lugar. E não retornou por acaso. O Juventude é um clube que sabe aproveitar as oportunidades. Foi assim na Era Parmalat, quando surfou naquela onda de investimento no futebol e aproveitou também para melhorar sua estrutura. Vieram tempos bicudos, uma queda até a Série D e a escalada de volta. Por trás do sucesso do campo, houve a evolução na estrutura.
Na volta à elite em 2021, melhorou as condições no Alfredo Jaconi. Agora, com o dinheiro da Liga Forte, canalizou tudo para o seu CT. O sonho de completar a estrutura e mudar o futebol profissional para lá está muito perto de acontecer. O regresso à Série A, com a vitória de roteiro de cinema sobre o Ceará, acelerará a obra. O Juventude sabe que a sobrevivência entre os gigantes só é possível se houver pés muito bem fincados no chão. Ao estruturar seu CT, ele cria alicerces muito fortes.
Não será fácil a vida do Juventude na Série A. Assim como não tem sido para o Cuiabá, não foi para o América e o Goiás, nem para o Coritiba, agora vitaminado por uma SAF. Isso porque o Juventude, com o acesso, comemora o salto no seu orçamento, de R$ 35 milhões para R$ 80 milhões. Comparando o Juventude consigo mesmo, é fantástico. Agora, quando se observa a turma em que ele estará metido, dá medo. O Flamengo, neste ano, passará de R$ 1 bilhão de receita. Grêmio e Inter, para pegar os vizinhos, baterão em quase meio bilhão. A distância do Juventude em relação a eles nunca desaparecerá.
Porém, é fundamental que ela diminua, com uma distribuição de receitas de TV mais equilibrada. Se houver uma Liga Unificada, isso acontecerá. Mas, até ela chegar, o Juventude precisa dar seu jeito. E está dando, investindo seu suado dinheiro em estrutura, em CT, em bom gramado. Pode não parecer, mas isso decide jogo. Assim como decidirão jogos os contratados que serão buscados numa prateleira acima. Isso, se derem certo. Não há sucesso garantido em contratação. Agora, em investimento em patrimônio, isso, meu amigo, é gol garantido. Parabéns, Juventude, pelo retorno. Quem trabalha, colhe.