Nem Vinicius Junior, nem Rodrygo. Muito menos Raphinha. O atacante brasileiro do momento aqui na Espanha é o mineiro Savinho, de 19 anos. Muitos nem sabem de quem se trata. Compreensível. O guri foi vendido pelo Atlético-MG em junho de 2022 para o Grupo City.
Havia sido promovido com 16 anos, por Jorge Sampaoli, em 2020. Nas duas temporadas seguintes, até foi utilizado em muitos jogos do Galo. Mas sem tempo para marcar na memória dos torcedores. O que, certamente, está fazendo agora, sendo o grande destaque do surpreendente Girona, o clube espanhol entre os 12 escudos administrados pelos xeques de Abu Dhabi. O Girona, para você saber com quem estamos lidando, divide a liderança com o Real Madrid, com 25 pontos, hoje mais focado na fase de grupos da Champions League.
Muito dessa campanha passa pelos pés de Savinho. Ele chegou na metade deste ano, depois de fazer uma temporada de adaptação à Europa no PSV Eindhoven. Esses estágios na Holanda são comuns. Ali, o combo oferecido é completo: frio, idioma difícil, futebol evoluído taticamente e oportunidade de ganhar minutos em campo. Quem sobrevive ali está pronto para encarar qualquer grande liga europeia.
A Girona que acolheu Savinho é uma cidade do interior da Catalunha, a meio caminho entre Barcelona e a França. Está a uma hora da capital, tem um bom clima e conta com um clube emergente que oferece toda a estrutura.
O meia-atacante tem aproveitado a oportunidade. Até aqui, são três gols e quatro assistências em 10 jogos. No último domingo (22), ele fez o gol da virada na vitória sobre o Levante. Seus números o colocam, conforme o Sofascore, como o brasileiro com mais participações em gols nas cinco principais ligas da Europa. Canhoto, Savinho vem atuando mais pela faixa da esquerda. Seus números ainda mostram que ele precisa de 111 minutos para participar de um gol e 10 passes decisivos.
O começo de temporada empolgante faz o guri sonhar alto. Em entrevista ao jornal Marca, ele apostou que o sucesso na Espanha pode colocá-lo aos olhos de Guardiola e do Manchester City, a matriz do Grupo City.
Eu iria até mais longe. Quem sabe ele não seja uma das novidades na próxima convocação da Seleção Brasileira. O Atlético-MG aposta nisso. Quando o vendeu, por apenas 6,5 milhões de euros, colocou metas que, se atingidas, podem render mais 6 milhões de euros. Agora, resta torcer.