Foi com requintes de crueldade. O Inter tirou a vantagem de dois gols do América-MG, fez até mais, abrindo 3 a 0 ainda no primeiro tempo e parecia que desenharia uma noite épica. Afinal, a torcida havia abraçado o time e criado uma atmosfera vermelha.
Eram 36 mil contra os mineiros. Só que repetiu um roteiro de 2023 e, no segundo tempo, cedeu espaço, a bola e acabou levando um gol que levou tudo para os pênaltis. Antes disso, ainda perdeu um gol que abriria 4 a 0, com Renê, que desperdiçou com a goleira aberta.
Nas cobranças, mais uma dose de impiedade. O pênalti de De Pena entrou, mas o goleiro do América e o VAR detectaram um toque de direita antes do chute de esquerda. O escorregão decidiu a decisão. Mas o Inter não a perdeu por causa dele e sim por uma série de escorregões que vem cometendo desde o começo deste ano.
O que mais impressiona neste Inter versão 2023 é sua capacidade de sucumbir quando o momento recomenda um passo à frente. O segundo tempo foi de um outro time, totalmente distinto daquele aceso, agudo e faminto do primeiro.
Vagner Mancini voltou com Mikael, aquele, no lado direito do ataque, partindo como um búfalo para cima da marcação. Mastriani entrou no lugar de Azevedo e Martinez no lugar de Alê. Os mineiros ganharam ânimo. Mikael passou a levar alguma vantagem.
Mas vamos combinar que só Mikael é pouco para empurrar o Inter para trás. Porém, foi o que aconteceu. Muito pelo que já virou um hábito do Inter, de trocar a ação pela reação.
Mancini percebeu que dava para buscar o gol que o recolocaria no jogo. Tirou um volante e colocou mais um centroavante. Partiu para um 4-2-4 dentro do Beira-Rio. Mano partiu para as trocas. Apostou mais uma vez em Alemão, no lugar de Lucca.
Johnny e PH, cansados, deram vaga a Matheus e Jean. Estêvão entrou na vaga de Wanderson, que também perdeu o gol da classificação. As trocas, no entanto, não surtiram efeito prático.
E o torcedor, que havia empurrado o time para as quartas, viu o time retroceder. O recuo e a falta de um futebol agudo para liquidar o jogo mandaram a fatura. Ela veio na forma de festa do América no Beira-Rio. A mesma que já fizeram Melgar e Caxias em decisões anteriores.