Há um obstáculo a ser superado na noite desta quarta-feira (17), no Independência: o gol. Parece obviedade, mas no caso do Inter está longe de ser. A temporada 2023 tem sido pontuada pelas dificuldades em criar e, principalmente, converter as chances. São 35 gols em 24 jogos na temporada, média de 1,46. Como a defesa leva, em média, um gol por partida (24 em 24 jogos), a matemática explica a temporada opaca até aqui.
Os números recentes são ainda mais preocupantes. Nos últimos 10 jogos, foram nove gols marcados, abaixo da sua média na temporada, contra 13 sofridos. Ou seja, o Inter levou mais da metade dos gols de 2023 no último mês. Acrescente-se a esse cenário o recorte dos últimos três jogos com derrota de 2 a 0 e o status de pior ataque do Brasileirão, com quatro gols, e se tem a nuvem de desconfiança que paira sobre o Beira-Rio. A noite pode ser de mudança nessa atmosfera toda. Afinal, do outro lado estará um rival que padece de problemas bem parecidos com os do Inter. Porém, com uma crise aguda batendo à porta.
Esse América vem de cinco jogos sem vencer. A última vitória foi na fase anterior da Copa do Brasil, 5 a 0 no Nova Iguaçu. Lá se vão mais de 20 dias. No Brasileirão, o cenário é assustador. Em seis jogos, tem um ponto apenas. O time levou quase que três gols por jogo. Fez apenas cinco. Assim como o Inter, transpara muito para fazer gol. Precisa de 14,2 chutes, segundo o Sofascore, para isso. Por outro lado, para sofre, é quase em um estalar de dedos: leva um gol a cada 4,2 chutes.
Mano e Mancini chegam ao Independência em contextos muito semelhantes. Mas, mesmo que a pressão sobre os mineiros seja muito maior, não se deve projetar um Inter agressivo e com um jogo ofensivo. A estratégia de trazer de Belo Horizonte a decisão para o Beira-Rio deve prevalecer. Reforçada por uma necessidade de evitar uma derrapada que agravaria a crise técnica a três dias do Gre-Nal.