O Grêmio perdeu a primeira no Brasileirão. Mas não foi só isso. Também mostrou algumas fragilidades contra um adversário com alto grau de competitividade e viu sua ideia de jogo ser suplantada por um modelo baseado em velocidade e imposição física.
O Cruzeiro jogou no limite, marcou em cima e mostrou agressividade. Engolfou o jogo de toques do Grêmio e, por isso venceu por 1 a 0. Não fez mais porque Gabriel Grando, o titular da hora, evitou mais. Também não fez mais porque esbarrou na dificuldade que marca a sua temporada, de um time que anotou apenas 14 gols na temporada.
Ainda é cedo para decretar algo, mas é fato que o modelo de jogo adotado por Renato começa a mostrar alguns pontos de atenção contra adversários de maior quilate. Contra o Santos, no segundo tempo, as dificuldades de marcar haviam aparecido.
Neste sábado, no Independência, elas ficaram escancaradas. Lucas Silva e Bitello foram envolvidos e pouco contaram com a colaboração de Vina, Cristaldo e Nathan, os dois últimos especialmente fora da sintonia do jogo.
Pepa, o português do Cruzeiro, mostrou que sua comissão havia estudado o Grêmio. Adotou um modelo com cinco jogadores no meio e estabeleceu ali uma disputa pelo controle das ações. Colocou Matheus Vital para marcar a saída de Lucas Silva e Ramiro, a de Bitello. William e Marlons, os laterais, bateram direto com Diogo Barbosa e João Pedro. O que compartimentou o Grêmio e tirou o trio de meias e Suárez da partida. Sem a bola chegar, Vina, principalmente, tinha de recuar para jogar. Assim, o Cruzeiro se apossou da bola e do campo. Empurrou o Grêmio contra o seu gol e passou a criar chances.
O gol até demorou. Veio só aos 19 do segundo, em falha de marcação em escanteio. Antes dele, Grando tinha evitado três ou quatro vezes. Carballo e Pepê fazem falta neste Grêmio, sem dúvida. A questão que fica de Belo Horizonte e até mesmo da estreia, contra o Santos, é se eles dois serão suficientes para dar a bola ao time e evitar a imposição do adversário. Renato volta com a derrota e uma interrogação sobre a qual só domingo, em Cuiabá, ele terá resposta.