A Liga Forte Futebol reagiu de forma positiva às mudanças feitas pela Libra em seu modelo de distribuição de receitas. Tanto que valorizou a busca por uma divisão mais equânime e anunciou estar aberta à retomada das conversas para composição de um bloco único, com os 40 clubes das Séries A e B. O que seria o passo final para que, finalmente, tenhamos uma Liga Unificada, com a organização do Brasileirão a cargo dos clubes.
Na reunião de terça-feira, na sede da FPF, os 18 integrantes da Libra votaram alterações em seu estatuto que deixam os números próximos ao que defende a Forte Futebol: divisão do bolo de receitas sai do 40% igualitário, 30% performance e 30% engajamento e passa para 45%-30%-25%; a diferença entre o clube que mais recebe e o que menos recebe, que era de 3,9 vezes, cai para 3,4 vezes; destinação de 15% do bolo para os 20 clubes da Série B
Há pontos divergentes ainda, mas podemos dizer que, desde esta terça-feira, Libra e Forte Futebol falam o mesmo idioma. Entre os ajustes a serem feitos estão:
- A transição de cinco anos defendida pela Libra para passar do 3,9 como número mágico para 3,4. Ou até que se atinja a receita de R$ 4 bilhões (o que estaria garantido, já que a FF tem, garantidos pelo grupo Serengetti, aporte de R$ 4,8 bilhões, caso os 40 clubes estejam juntos);
- No caso dos 3,4 como número mágico, a FF quer que esse seja o número em todos os cenários. Inclusive naquele mais estressado, com o Flamengo, por exemplo, campeão e líder em engajamento e um clube de menor apelo, como Goiás e Cuiaba, por exemplo, sendo lanterna e tendo menor engajamento;
- Mais um ponto que não tratado pela Libra é quanto à garantia de um valor mínimo de PPV para os clubes. Hoje, em cenário de queda nas vendas de pacotes, alguns clubes de maior apelo, como Flamengo e Corinthians, têm valor garantido. A FF quer que essa defesa caia;
- Outro ponto a ser esclarecido é conforme a medição do engajamento. A Libra fala em "audiência ponderada". A FF adota a "audiência média, ponderada pelo investimento de cada emissora de TV/serviço de streaming para definir um ranking de clubes". A palavra "média", ali, faz uma grande diferença;
- Outra divergência, e essa, sim, deverá demandar mais debate, é que a Libra destina 15% para os clubes da Série B, enquanto a FF defende 20%, sendo 18% para a Série B e 2% para a Série C, que não é mencionada pela Libra. Aqui, está uma discordância pela natureza dos dois movimentos. Dos 26 clubes do Forte Futebol, 13 são da Série B e quatro da Série C, contra nove da Série A. Na Libra, estão 11 da Série A e sete da Série B;
- Fim da exigência de unanimidade para decisões estruturais. A FF defende que dois terços dos votos sejam necessários para aprovação. Também recusa que esse percentual seja pequeno, por exemplo, 85%, o que daria poder de definição para um gruop reduzido. A Libra deixou para uma próxima reunião a votação da queda da necessidade de unanimidade na votação de alterações.
Nas próximas reuniões de Libra e FF, teremos a presença Gre-Nal à mesa. Alberto Guerra é um dos seis dirigentes indicados para formar a comissão da Libra. Alessandro Barcellos é, desde a fundação, uma das lideranças da Forte Futebol.