Uma batalha de centroavantes se iniciou em meio ao Carnaval, assim que correu a informação de que Enner Valencia havia assinado pré-contrato com o Inter. As redes sociais incendiaram — e aqui nada de novo. Só que não pelo tamanho da contratação ou pelo fato de contarmos com mais jogador da última Copa. A discussão que se estabeleceu foi sobre quem havia buscado o melhor centroavante. O eterno Gre-Nal, a velha rivalidade, capaz de criar disputa até em par ou ímpar. Luís Suárez ou Enner Valencia, quem é melhor? Qual o maior? Quem fez a maior contratação?
Vamos combinar, essa é uma discussão em que inexiste vencedores ou vencidos. Os dois ganham. Afinal, teremos aqui em Porto Alegre, em alguns meses, dois dos melhores centroavantes do mundo. Mas não adianta. Nossa natureza aqui na ponta sul do mundo nos empurra sempre para uma disputa, um debate, uma comparação. Neste momento, como jornalista esportivo, me sinto um privilegiado. Poderei conferir aqui na Arena e no Beira-Rio dois jogadores aos quais assisti lá no Catar. Cada um com suas virtudes e seus números.
Luiz Suárez, é evidente, tem mais alcance mundial, transitou pelo primeiro escalão do futebol mundial no Barcelona. Fez história compondo o trio MSN, com Messi e Neymar e também pelo Uruguai. Mas veio de uma temporada sem muitos gols. Foram 13, sendo cinco pelo Atlético de Madrid e oito pelo Nacional. Na Copa, passou em branco em uma Celeste em fim de ciclo. Mas os dois únicos gols da Celeste, de Arrascaeta, tiveram sua participação direta. Aos 36 anos, Suárez curte o epílogo da carreira mostrando-se em alto nível neste começo de trajetória pelo Grêmio.
Enner, por sua vez, não é uma figurinha daquelas reconhecidas em qualquer canto do mundo. Mas vive, aos 33 anos, o seu melhor momento na carreira. Sua temporada 2022/2023 tem números assombrosos. São 23 gols em 21 jogos, além de quatro assistências. Incluem-se nessa conta a temporada pelo Fenerbahçe e os três gols na Copa. Aliás, Enner fez os últimos cinco gols do Equador em Copas (três em 2022 e dois em 2014). Trata-se de um jogador com rodagem pela Premier League (West Ham e Everton) e México (Pachuca e Tigres). No Tigres, fez 34 gols em três temporadas. Saiu de lá em junho de 2020 para voltar à Europa, pelo Fenerbahçe.
Pelo breve currículo traçado acima, percebemos que teremos aqui dois nomes de primeira linha, dois noves de alto quilate. Portanto, deixem o debate do lado. Desfrutem do que já está acontecendo no Grêmio e do que virá no Inter a partir de julho.