O atento e sempre vigilante repórter de GZH Saimon Bianchini trouxe a informação de que Grêmio e Jean Pyerre chegaram a um acordo para rescisão do contrato. Havia um ano ainda a ser cumprido, e o jogador (neste momento, ex-jogador) aceitou receber os R$ 3 milhões a que tem direito em 36 meses. O clube, segundo a informação do Saimon, alivia em R$ 200 mil mensais sua folha, e Jean fica live para seguir sua vida de aposentado precoce. Se quiser retomar a carreira, pode escolher qualquer destino. Inclusive o Inter.
Claro, há no contrato uma cláusula que corta em 50% o pagamento da rescisão e dá ao Grêmio 10% numa futura venda dele. Só que, ao acelerar a definição da rescisão, sob o viés de enxugar a folha, o Grêmio diminuiu os empecilhos para uma possível volta dele ao futebol por outro clube.
Aceitou correr o risco de vê-lo com qualquer outra camisa. Até mesmo vermelha. O que deu não duvido que aconteça. Jean é jovem, tem muito futebol ainda a dar e, colocando sua cabeça em ordem, pode ser muito útil em qualquer clube brasileiro. A questão para um retorno não é técnica nem física. Isso, no caso dele, é o mais simples de ser resolvido. O grande obstáculo para retomar sua carreira é mental. A cabeça de cada um é enigma. Nem adianta avançarmos aqui.
Jean Pyerre recusou oferta da Rússia, conforme o Marco Souza, outro repórter atento aqui da editoria. Seu plano é, caso volte a jogar, conjugar prazer e trabalho. Não encontaria isso na distante Rússia, em que o idioma seria um obstáculo, o clima outro e a distância de casa um terceiro maior ainda. O que sinaliza que seu plano seria, em caso de retomada, seguir por aqui, nos trópicos, perto de casa e da família.
Jean Pyerre parar tão jovem é um desperdício. Não à toa seu começo de carreira remeteu ao de Paulo Henrique Ganso no Santos. Ganso, aliás, é um jogador cujo talento e temperamento sempre se misturaram na mesma medida. Quando conseguiu entender que o contexto do futebol nem sempre andava em direção aos seus pés, em reverência, Ganso emendou uma sequência. A maturidade dos 32 anos ajudou. Além, é claro, do fato de estar sob comando de Fernando Diniz, psicólogo de formação e autoral como técnico, fundamentalista do jogo com a bola no pé.
Torço mesmo para que Jean volte a jogar. Pela elegância em campo, pelo trato que dá à bola sempre que ela chega aos seus pés. Em seguida, ele estará livre do vínculo com o Grêmio. A retomada da carreira dependerá apenas dele. Seja onde for. Até mesmo no Inter. O que, se acontecer, incendiará o futebol gaúcho como poucas vezes vimos.