O Inter encerrou, nesta terça-feira (31), um ciclo que, vamos combinar, nem começou. Mikael, 23 anos, saiu sem ter chegado. Desembarcou em Porto Alegre muito acima do peso, fez todo um trabalho para entrar em forma e, quando se imaginava que, enfim, seria testado, voltou a ter dificuldades físicas.
Não condeno a aposta em Mikael. Trata-se de um centroavante, posição carente no mercado, com potencial e uma amostragem interessante pelo Sport. Mas fica a lição de que, cada vez mais, é preciso mergulhar fundo na vida do jogador antes de trazê-lo.
Descobriu-se apenas aqui que a dificuldade de Mikael em se manter atlético é muito mais complexa do que parece. O saldo disso é que ele deixa o Beira-Rio com um dos piores custos-benefícios da história recente do clube. Foram apenas 12 minutos em campo. Nenhum arremate a gol.
Tomara que Mikael, para o seu bem, se debruce sobre essa dificuldade de se manter em forma e encontre a solução. Talvez, ela nem seja física. É preciso investigar corpo e mente. Repito, é um centroavante com potencial, tem virtudes que podem fazer dele um jogador de primeira linha. Mas, para isso, precisará vencer seus fantasmas.
Logo o veremos em ação em outro clube, talvez até mesmo o Sport, que o formou e o lançou. Talvez até jogue com o peso e a forma que fizeram o Inter e Mano Menezes desistirem dele. Porém, estará longe do jogador que prometia.
Seria bom que o staff de Mikael mostrasse para ele, lá no mesmo Recife que o trata como "Imperador", o destino que teve Walter. Centroavante, dono de qualidade técnica apurada e exímio definidor, Walter poderia ter ido muito mais longe como jogador. Mas perdeu para a balança. Fechou 2022, aos 33 anos, jogando futebol 7 e esperando um novo chamado para voltar a ser jogador profissional.