Messi, o cara aquele, chegou de vez. Por causa dele e de uma seleção que cresce a cada jogo, a Argentina está nas quartas. O jogo contra a Austrália foi um daqueles que colocam selo de validade em uma seleção. Foi duro, disputado em cada centímetro, contra um rival cujas marcas são a abnegação, o vigor e a obediência tática.
Foi 2 a 1, poderia ter sido mais. Messi criou, pelo menos, outras três ou quatro chances. Só que também poderia ter sido menos sofrido. Lionel Scaloni puxou o time demais para trás e muito cedo, deu campo para o adversário e quase pagou caro por isso.
O fato é que a Argentina, a cada jogo, se fortalece mais. E isso é algo a ser valorizado. Depois de perder para a Arábia Saudita na estreia, fez jogo de sobrevivência contra o México, se reafirmou contra a Polônia e, agora, contra a Austrália, terminou o jogo com sua fortaleza mental ainda mais renovada.
Pela dureza do confronto e, principalmente, pela jornada de luxo do seu principal jogador. Messi desequilibrou. Messi foi pontiagudo, ameaçador. Jogou com prazer e leveza, lembrou seus melhores tempos de Barcelona. Contra a Polônia, e eu tive a oportunidade de ver isso ao vivo, no estádio, ele já dava sinais de que havia desembarcado em Doha. Pegava a bola, colava no pé e instalava princípio de pânico nos marcadores. Contra a Austrália, ele repetiu isso, mas em doses mais generosas.
Há um ponto de virada nesta Argentina. Foi contra o México, quando entrou Enzo Fernández. Ele equilibrou o time e recolocou os demais meio-campistas em seus lugares. De Paul, um motor, ganhou campo, MacAllister ganhou parceiro para dialogar e Messi passou a receber a bola mais limpa. Há uma Argentina chegando. E ela só melhora. O que nos deixa em alerta.