O Grêmio nem esperou a sexta-feira e um possível terremoto. No começo desta noite, anunciou as saídas de Roger Machado e a volta de Renato Portaluppi para a reta final da Série B. O vice de futebol Dênis Abrahão e o diretor Sérgio Vasquez também deixaram os cargos. As trocas, embora a crise técnica do time e o risco de sair do G-4, foram surpreendentes. Mas mostram o quanto está errático o Grêmio nestas duas últimas temporadas.
As mudanças vieram quase 48 horas depois da derrota em Criciúma, em que se viu no campo um time abatido e sem qualquer espírito de competição. O que se esperava horas depois da partida em Santa Catarina aconteceu na véspera do jogo contra o Vila Nova, que ganhou transcendência.
Roger deu o treino na manhã desta quinta-feira (1), elaborou a relação de concentrados e traçou a estratégia de jogo. O que deixa claro que a decisão de troca foi tomada nas últimas horas. Cesar Lopes, técnico do transição, é quem estará na beira do campo.
O anúncio de Renato atende a uma questão técnica, claro, mas também a uma cartada política. Havia uma pressão enorme sobre o presidente Romildo Bolzan Júnior pela mudança.
Os maus resultados do campo, além de criar um clima de animosidade com a torcida, também afastavam o associado do engajamento na eleição de renovação de 50% das cadeiras do Conselho Deliberativo, marcada para o dia 24 de setembro.
Na segunda-feira (5), abre o prazo para inscrição das chapas, o que deve recrudescer ainda mais o ambiente político do clube.
Com Renato, além de promover um reatamento com a torcida, Romildo ganha um técnico com forte ascendência no vestiário e com lastro para abarcar também o comando do futebol como um todo. Na passagem que se encerrou no começo de 2021, ele já exercia uma função mais ampla do que a de técnico. Era quase um manager.
Agora, ele chega para conduzir por dois meses o Grêmio de volta à Série A. O grupo é diferente, mas a situação é favorável. O time luta na parte alta e, a 11 rodadas do final, está no G-4.