Roger Machado está muito longe de ser o principal culpado pela espiral negativa em que se enfiou o Grêmio, mais uma vez. Tem a parcela dele, claro. É o técnico de um time que passou 90 minutos em Criciúma sem chutar a gol, fez apenas um ponto em 12 disputados e levou 10 gols nos oito jogos do returno. Só que este Grêmio instável de hoje é fruto de uma sucessão de erros cometidos desde o ano passado.
Erros como a manutenção da direção de futebol e da comissão técnica do rebaixamento, como a aposta em um grupo que fracassou em 2021 e como a manutenção da política equivocada de contratações, talvez a principal estrada que levou o Grêmio para esses dias tão sombrios. Roger chegou em março para comandar um grupo que não foi montado por ele e cuja marca é o desequilíbrio entre as peças.
Há uma pressão interna enorme por mudanças. Pelos resultados recentes, mas também pelo viés político. A eleição para renovação de 50% do Conselho Deliberativo tem peso central nas disputas pelo poder no clube. Como será decidida pelos sócios, o resultado de campo reflete diretamente nas urnas.
Romildo Bolzan Júnior dá sinais de que bancará a permanência de Roger e, mais do que isso, da direção de futebol. Pelo menos até sexta-feira, quando enfrenta o Vila Nova, ilustre integrante do Z-4, em jogo que ganhou contornos de Copa do Mundo. Para Roger e, olha só, para resgatar a tranquilidade do Grêmio.