O futebol tem dessas ironias. O Inter chegou à porta do G-4 justamente em um gol de pênalti. Não qualquer pênalti, mas um que foi o último lance do jogo, aos 51 minutos do segundo tempo.
O mesmo time que amargou uma eliminação dolorida justamente por perder três pênaltis contra o Melgar, há 20 dias, agora foi dormir comemorando uma escalada na tabela. Uma escalada tão significativa que ele está a dois pontos apenas do Fluminense, o vice-líder.
O 1 a 0 no Avaí mostrou um Inter abnegado, que passou por apuros nos primeiros 20 minutos, soube suportar e, depois disso, entendeu o que o jogo precisava. Mano Menezes parece ter encontrado, a partir da partida contra o Fluminense, um caminho para o seu Inter. Trata-se de um time dinâmico e que encurta espaços, marca em cima e mantém a característica do seu técnico, de sair em transições rápidas.
Muito dessa característica vem das entradas de Johnny e Mauricio nos lugares de Edenilson e Alan Patrick. Os dois deixaram mais aceso o meio-campo e permitiram que o time ficasse dotado de uma dinâmica maior. Johnny teve uma atuação de bom nível. Foi quem mais arrematou (três) e quem mais desarmou (cinco).
Edenilson e Alan Patrick, principalmente, são dotados de alta técnica, mas não conseguem dar ao time essa transpiração toda. O jogo mais físico e na velocidade que teve, pontuada por golpes e contragolpes, exigia uma intensidade que eles já não têm. Tanto que, a partir da metade do segundo tempo, Mano passou a trocar os cinco jogadores da frente.
Ganhou, com as mudanças, uma característica de jogo de maior controle e acabou premiado pela energia dispendida no último lance. O 1 a 0 sobre o Avaí, embora não tenha sido um jogo vistoso, teve tamanho de goleada.