O mapa de calor de Bitello no jogo contra o Cruzeiro mostra ações na faixa esquerda, entre uma área e outra. Como requer a um meio-campista moderno, sem rótulo de meia ou volante. Rótulos, aliás, que estão descolando em um jogo no qual se define o jogador pela função e se caixinhas definindo posições.
O mapa do segundo tempo de domingo já mostra um meio-campista mais agressivo, com duas ações dentro da área e mias duas na linha de fundo, próximo dela. O empate contra o Cruzeiro mostrou que, sim, Bitello pode ser o terceiro elemento do meio-campo. Altera o sistema e até o desenho, mas suas características permitem a Roger encaixá-lo com Lucas Leiva e Villasanti.
Porém, e sempre há um porém, temos de levar em conta o adversário. O Cruzeiro foi um adversário que veio a Porto Alegre para um jogo franco, de ataque e contra-ataque. O que, certamente, não será o caso do Ituano, nesta sexta-feira (26). A tendência é de que os paulistas adotem uma postura mais reativa, com linhas baixas, à espera de um espaço para atacar o espaço e surpreender o Grêmio.
Fica a pergunta se esse Bitello, do 4-1-4-1 do primeiro tempo, terá sua potencialidade máxima contra um rival tão fechado. Mesmo que tenha chegada à frente, Bitello está longe de ser um jogador vertical ou mesmo de inversões de jogo para surpreender o adversário.
Teoricamente, Campaz deveria ser esse jogador. Porém, o colombiano ainda não desabrochou em Porto Alegre. Está longe de ser o atleta buscado por US$ 4 milhões no Tolima. Talvez a lesão de Ferreira e a quase abreviação de sua temporada possa fazer com que Roger encaixe no time esse Bitello meio-campista com o colombiano.
Se isso acontecer, pode ser a primeira vez que Campaz jogue pelo lado esquerdo. Foi onde ele construiu seus melhores momentos no Tolima e fez o Grêmio pagar a maior quantia de sua história por um jogador. A circunstância trazida pela baixa de Ferreira, o grande jogador do time, pode fazer com que Roger encaixe no time dois nomes que, neste momento, disputariam posição.