Foi uma noite de comunhão entre time e torcida. Também de reconciliação e reconexão dos colorados com seus jogadores e com o próprio clube depois de tantos dissabores. Nesta noite fria de terça-feira, não houve frustração. Houve, isso sim, uma virada construída a ferro e fogo, com imposição, qualidade de jogo e uma eletricidade que havia um bom tempo o Beira-Rio não sentia.
O 4 a 1 sobre o Colo-Colo garante a classificação às quartas da Copa Sul-Americana e injeta R$ 3 milhões no caixa. Mas ele foi bem mais do que isso. O jogo mostrou um Inter que tem forças e meios para mudar roteiros e, quem sabe, abrir um novo capítulo nesta retomada do clube. O novo grupo montado pela direção, depois de uma mudança profunda de fotografia, cimentou-se numa noite em colorados fizeram a diferença.
Claro que, como costuma acontecer nessas jornadas épicas, houve drama. O gol do Colo-Colo, aos 15 minutos, em pênalti originado num vacilo de Daniel e Moisés, silenciou um estádio que pulsava desde o começo da noite. Houve vaias para o goleiro e uma instabilidade dos jogadores.
O empate aos 30, em gol de Alan Patrick arrancado a fórceps por Pedro Henrique, recolocou o time no jogo. Três minutos depois, veio o 2 a 1, com Edenilson, em jogada de Moisés. A partir daí, percebia-se claramente qual seria o desfecho da noite. Fruto de um Inter renovado e que precisava de uma noite dessas para ganhar vulto. Veio o 3 a 1 com Alemão e o 4 a 1 da vaga com Pedro Henrique.
A vaga nas quartas mostrou um Inter reconectado com sua torcida, fortalecido em seu aspecto mental e pronto para dar um voo adiante na Sul-Americana. Nesta quarta se saberá se a próxima parada será no Peru, do Melgar, ou na Colômbia, do Deportivo Cali. Faltam cinco jogos até a glória em Córdoba. Depois do que fez o Inter nesta virada sobre o Colo-Colo, os colorados se encheram de confiança para abrir contagem. Com razão.