Será o jogo de Roger Machado. Infelizmente, o futebol brasileiro cria essas anomalias, de 90 minutos definirem um trabalho ou um projeto. Talvez diante desse cenário, o técnico do Grêmio pise em São Januário usando como bússola sua cabeça e suas ideias, sem as amarras que técnicos precisam administrar em nome da harmonia do vestiário ou gestão do grupo.
É com três zagueiros que sua cabeça pensa o jogo? Será com três zagueiros o time. É com um meio-campo mais robusto, já que o meia disponível, Benítez, não entrega o mínimo, o ideal para encarar o Vasco? Assim será, com Thiago Santos, Lucas Silva e Bitello mais livre. O centroavante ideal é o mais móvel e com mais vitalidade e não o estático líder do vestiário? Então, que entre Elkeson no lugar de Diego Souza e se forme dupla mais rápida com Biel.
O cenário limítrofe dado ao jogo pode fazer com que Roger escale seu time na essência de suas ideias e conclusões. Se ganhar, sai fortalecido e redescobre um caminho.
Se perder, há pouco a lamuriar-se, afinal foi empurrado para a beira do abismo e, ali, tentará se equilibrar por 90 minutos. Se conseguir dar um passo para o lado mais seguro, melhor. Mas só não cair no vazio do futebol brasileiro estará de bom tamanho.
No ambiente interno da Arena, há quem não descarte um time com três zagueiros e o tripé resgatado. A armação ficaria para os laterais, no caso Edílson e Nicolas, embora eles precisem também conter os avanços dos velozes e jovens Figueiredo e Gabriel Pec. Será um jogo de pressão, é certo. Mas, até aí, nada de novo para Roger nestes últimos dias.