A questão é de nomes e também de características. Trocar o Silva do meio-campo, Lucas por Gabriel, representa dar mais aceleração, dinâmica e verticalidade ao setor. Por outro lado, significa colocar no time um jogador mais jovem, sem a rodagem que a tarimba exige para sobreviver na Série B. Também impacta na questão física, algo que acaba pesando muito nas estratégias de jogo nesta caminhada para voltar à elite.
O que não mudará, seja com Gabriel ou Lucas, é a ideia de jogo de Roger. O tripé segue mantido no meio-campo. Com características diferentes de peças, mas com as mesmas atribuições e mecânica para ajudar no funcionamento do time. Uma possível entrada de Gabriel induz à conclusão de que o Grêmio ficará mais ofensivo ou mudará o sistema. Não é esse o objetivo de Roger, em caso de mudança.
O que ele busca é justamente o equilíbrio do time. O que acaba comprometido pelas atuações opacas de Lucas Silva, muito por falta de ferramentas para a tarefa de conectar as duas áreas com desenvoltura.
O tripé encontrado por Roger desde os 40 minutos do primeiro Gre-Nal do ano, a partir da entrada de Bitello, virou o caminho mais pavimentado para que encontrasse esse seu novo Grêmio. Os primeiros resultados foram positivos. Porém, já passadas seis rodadas da Série B, o campo mostra que ele precisa ser aperfeiçoado, já que abrir mão dele, com o grupo atual, parece arriscado demais.
Roger tem urgência em encontrar alguém que espelhe Bitello. Pode ser Gabriel, claro. O problema é que a juventude dele permite prever oscilações. E o Grêmio já não tem mais margem para oscilar nesta batalha de cada dia que é a Série B.