O Inter atravessou o continente com o objetivo de trazer para Porto Alegre a decisão do grupo. Fez mais. Voltou da Colômbia líder do grupo na Sul-Americana, com a terceira vitória seguida, a segunda sob o comando de Mano Menezes, e com um herói que começa a construir uma trajetória fulgurante no Beira-Rio. Alemão fez, mais uma vez, o gol da vitória. Aliás, são três vitórias com três gols dele. O que só aumenta a empolgação da torcida com o momento e a guinada do time neste final de abril.
Mano Menezes, desta vez, fez mudanças significativas no time. Mudou peças, por desgaste, mudou sistema e reforçou ainda mais o sistema defensivo. Acomodou Gabriel e Dourado na frente da área (o que em tempos passados provocaria um alarido danado), espalhou Edenilson, De Pena e Wanderson na inha de três à frente deles e deixou na frente Alemão, um jogador que luta por todas as bolas e se entrega ao lance como se fosse o último. O Inter ficou robusto na defesa, mas sem muito ímpeto ofensivo. Aliás, essa deve ser uma marca deste time, de de muita marcação e transições rápidas quando tiver a bola.
O primeiro tempo, por essa disputa forte e imposição, foi de poucas ações ofensivas. O Independiente Medellín é um time que não tem o virtuosismo colombiano. E também é desprovido de agressividade quando tem a bola. Fica em um meio de caminho. O Inter percebeu isso. Tanto que, quando colocou a bola no chão e jogou, fez o gol. Assim como havia acontecido contra o Fluminense. Essa é uma lição que as duas vitórias longe do Beira-Rio deixaram.
Há ferramentas nesse grupo para jogar de forma mais fluída em vez de usar só a ligação direta e a transição rápida. O gol de Alemão, aos nove minutos do segundo tempo, surgiu a partir dos pés de Daniel, passou por Renê, chegou a Wanderson e aí, já no ataque, encontrou Dourado, o autor do passe para o centroavante marcar e soprar ainda mais novos ares no Inter. Que podem ficar ainda mais a favor com as próximas duas rodadas, contra Avai e Juventude.