A surpreendente saída de Maicon fez aparecer, diante do torcedor, uma nova liderança no vestiário. Rafinha tem sido a voz do grupo. Foi assim depois dos episódios tristes de quarta-feira (2), na porta do CT, quando o ônibus dos jogadores foi atacado a pedras e foguetes. O lateral tomou a frente para falar em nome do grupo, na entrevista coletiva, e se comunicar com o torcedor.
Rafinha completará 36 anos na terça-feira. Tem 15 anos de futebol alemão. Saiu cedo do Brasil, recém saído da base do Coritiba, e ganhou tudo na Alemanha. Principalmente rodagem. Será dele, nesta nova configuração do vestiário gremista, a voz que o torcedor ouvirá bastante a partir de agora.
Rafinha já era um dos líderes do grupo, é bom que se diga. Desde que chegou, alinhou-se com Maicon, Geromel e Cortez como as vozes mais ouvidas. Tanto é que Felipão reviu sua decisão de evitar improvisação na lateral-esquerda.
Depois do jogo contra a Chapecoense, o técnico descartou utilizar Rafinha no lado oposto. Argumentou que, com três jogadores para a posição, não havia sentido improvisar. Porém, a semana passou, houve uma conversa do grupo com o técnico e, contra o Cuiabá, a partida seguinte, Rafinha virou dono do lado esquerdo. Nos bastidores, a razão para essa mudança de planos estaria sustentada na experiência e na liderança do novo titular.
Rafinha, aliás, era muito próximo de Maicon e, conforme relatos de pessoas próximas, sentiu a saída do companheiro. Porém, o que se percebe nesta Era Felipão é que, além da mudança de fotografia no grupo, com chegadas e partidas, há o estabelecimento desta nova liderança entre os jogadores.
Rafinha chegou ao Grêmio a pedido de Renato. Topou baixar a pedida salarial e acertar com o clube depois de conversar com o técnico. Mas nem chegou a jogar com ele. Estreou contra o Caxias, no dia 16 de abril, 48 horas depois da queda de Renato. Desde lá, são 24 jogos como titular, sendo a metade deles pelo Brasileirão.