Foi com emoção, é verdade. Mas foi para reafirmar a guinada do Inter no Brasileirão a partir da goleada no Maracanã. Em dois domingos, foram oito gols contra a dupla Fla-Flu. O 4 a 2 sobre o Fluminense, com direito a dois empates no final de cada tempo, serviu para os colorados se instalarem na primeira página, se aproximarem do G-6 e desanuviarem sua situação na tabela.
A noite serviu para reafirmar que esse Inter é vocacionado para jogar de forma reativa. Não há jeito. A impressão é de que, ao adotar esse modelo de jogo, aciona-se um botão que faz o time produzir em um nível elevado. Diego Aguirre percebeu isso depois da goleada sobre o Flamengo e, assim, manteve a ideia de alinhar Dourado e Lindoso, abrir Edenilson e Patrick dos lados e explorar a velocidade de Taison e Yuri.
A noite mostrou uma equipe encorpada, com confiança e transições rápidas e verticais ao ataque. Tanto foi assim que poderia ter liquidado o jogo ainda no primeiro tempo. Fez 1 a 0 no início, com Edenilson, e perdeu mais duas ou três chances. Foi punido com o empate. No segundo, o mesmo roteiro. Fez 2 a 1, com Yuri, e perdeu mais duas ou três chances.
Levou o empate aos 40, como castigo. Parecia que seria esse o desfecho. Mas esse Inter que cresce quando joga no contra-ataque também fica confiante ao ponto de buscar, depois dos 40, a vitória. Fez o 3 a 2 aos 47, numa dobradinha Cuesta-Edenilson, responsável pelo primeiro gol, e ampliou para 4 a 2 com Guerrero.
A vitória tem a mão de Aguirre, que não desistiu de buscar a vitória e fez mudanças (Boschilia por Lindoso e Palacios por Patrick) para colocar o time à frente. Também teve, com o gol de Guerrero, o respaldo para a direção manter a mão firme sobre Galhardo, afastado no sábado à noite por indisciplina. O caldo disso tudo é que o Inter, na reta final do turno, enfim dá as caras no Brasileirão.