A mudança de Edenilson para a Arábia Saudita está ainda um tanto distante de se concretizar. Neste momento, podemos dizer que é uma negociação cuja temperatura está mais próxima daquela do inverno gaúcho do que do clima nas bordas do Golfo Pérsico. Isso porque a oferta do Al Shabab, além de descontentar o Inter, não empolgou tanto assim o jogador.
Na cabeça dele, os sauditas chegariam com valores próximos daqueles apresentados pelo Al Ittihad em outubro. O salário dele ficaria na casa de R$ 1,2 milhão mensais. Cifra que, em dois anos de vínculo, permitiria ao jogador de 30 anos fazer o contrato da vida. Só que o Al Shabab trouxe valores que estão mais condizentes com o mercado brasileiro do que o árabe. Podemos dizer que o salário ficaria a meio caminho entre o que Edenilson passou a ganhar no Inter com a renovação de outubro e o que o Al Ittihad ofereceu.
Isso não o empolgou e o faz colocar na balança o custo de passar dois anos longe do Brasil e em um país ainda fechado e com costumes rígidos — mesmo que uma abertura lenta tenha começado. As negociações, é bom que se diga, ainda estão abertas. Mas, para o negócio sair, o Al Shabab terá de dobrar o valor a ser pago ao Inter, que exige os US$ 4 milhões da multa, e também elevar a proposta salarial de Edenilson.
O Al Shabab é um dos cinco clubes pertencentes à família real saudita. Porém, está em um plano secundário. Al Hilal, Al Nassr e Al Ittihad, de Marcelo Grohe, são os queridinhos da corte. Talvez esteja nessa distância do coração do rei a razão para uma oferta que pouco empolgou Inter e Edenilson.
Tanto é que a direção colorada chamará seu volante para uma conversa na qual tentará mostrar que uma saída, nesses termos, está longe de ser o melhor para ambos.