O calvário dos colorados parece sem fim. A fase colorada ganhou requintes de crueldade com a queda para o Vitória ao perder por 3 a 1 no Beira-Rio. O que faz o futuro de Miguel Ángel Ramírez ficar por um fio. A revisão que já havia começado a ser feita depois do 5 a 1 para o Fortaleza ganhou contundência, e o futuro do espanhol está sendo analisado. Não se descarta que a nova direção, em 100 dias de trabalho, reveja a aposta no trabalho desenvolvido até agora ganhe nova direção e novo rumo.
Até que a reação ao 5 a 1 de domingo foi positiva em um primeiro momento. Ramírez, de forma remota, montou um time em sistema diferente e que mostrou um futebol insinuante. O Inter foi a campo com dois atacantes pelo meio, Yuri e Galhardo, dois meias com liberdade para jogar e se movimentar, Taison e Patrick, um Edenilson mais próximo do começo das jogadas e uma linha de três atrás, com Johnny entre os zagueiros, formando uma linha de três. Nas beiradas, os laterais Saravia e Moisés davam amplitude.
O resumo disso é que o Inter teve volume, dominou o primeiro tempo e criou quatro ocasiões de gol. Uma delas, em cobrança de falta de Moisés, acertou o poste. O controle do jogo e a produção ofensiva deixaram a impressão de que o Inter remodelado depois da série de reuniões da segunda-feira havia encaixado. Os jogadores estavam ligados e jogando de forma vertical, com o gol sempre no horizonte.
Porém, a expulsão de Pedro Henrique, aos cinco minutos do segundo tempo, mudou o rumo da noite. O zagueiro de 20 anos repetiu o erro da partida em Fortaleza, ao seguir com o pé erguido numa dividida. Havia levado amarelo pouco antes e acabou recebendo o segundo e deixando o time com 10. O Vitória, que havia sido bissexto nos primeiros 45 minutos, se agigantou. Passou a trocar marcador por atacante e a rondar o gol de Daniel. O erro do Inter foi ter mantido Johnny atrás da linha de zagueiros, deixando a frente da área livre. Ali o Vitória construiu dois gols em arremates de fora da área.
O Inter chegou a empatar, de forma heroica, aos 34, mas levou dois gols e deixou a Copa do Brasil antes mesmo das oitavas de final. Perdeu dinheiro e também a certeza de que o projeto de ruptura está no caminho certo.