Tiago Nunes teve um luxo quase exclusivo nesta ciranda maluca do futebol brasileiro em 2021. A semana sem jogos permitiu testar alternativas e rever alguns pontos do seu Grêmio. O torcedor, na noite desta quinta-feira (24), verá caras novas contra o Santos. No meio, Victor Bobsin começa a ganhar espaço e chance de mostrar ser mais do que promessa.
Na direita, Luis Fernando, de muita energia e pouca produção como marcas, deve ceder o lugar para um dos guris. Tiago testou Gui Azevedo no começo da semana e Léo Pereira no final dela. O segundo deve ser titular. São avanços do técnico e que obedecem a um tempo dentro dos prazos. Afinal, nesta quinta-feira (24), ele completa recém dois meses de Grêmio.
Haverá mudanças também na lateral esquerda, uma posição que parece sem solução definitiva na Arena. Cortez esteve abaixo da sua média contra o Sport e não tem conseguido entregar sua maior valência, a marcação. Assim, volta Diogo Barbosa nesta noite. O fato é que Barbosa, quando assume o lugar, também não se afirma. Ele chegou no ano passado, em um investimento pesado para os padrões do futebol brasileiro. O Grêmio gastou para solucionar os problemas da lateral-esquerda. Porém, eles persistem.
Diogo ganha nova chance e precisa, de uma vez por todas, confirmar a que veio. Caso siga vacilante, o caminho para Tiago será repetir o que fez no meio-campo e olhar para os guris da casa. Guilherme Guedes está afiado e pronto, depois de quase um ano sem atuar no time principal. Dependendo da noite desta quinta, sua hora pode ser a próxima. Para completar a lista de novidades, Gabriel Chapecó ganha a posição na ausência de Brenno. O último capítulo com Paulo Victor deixou claro para a direção que ela precisa ser definitiva no encaminhamento do futuro dele. Essa é uma questão que se tornou inadiável.
AS LIÇÕES QUE O SANTOS DE DINIZ E MARCOS GUILHERME NOS OFERECEM
Marcos Guilherme, o mesmo que saiu quase corrido do Beira-Rio pela torcida, é atualmente um dos nomes de confiança de Fernando Diniz no Santos. Não virou um Messi, é verdade. Mas também não era o jogador medíocre que era desenhado aqui no Rio Grande do Sul. Em Santos, em um novo ambiente, Marcos Guilherme deslanchou e até gol já fez. Nem parece o jogador que saía de campo no Beira-Rio aos prantos e pedindo para ir embora por não encontrar mais soluções. Há uma lição nesse roteiro. E um alerta contra essa sanha de cancelamentos que vivemos por aqui nos pagos.
Fernando Diniz, aos poucos, começa a colocar seu dedo no Santos. Há bons valores no time, como o meia Gabriel Pirani e o centroavante Kaio Jorge. Há ainda Marinho como referência técnica de um time que usa o controle da bola como grande estratégia. Diniz, contra o São Paulo, colocou Camacho no lugar de Alison, suspenso. O outro volante era Jean Mota, um meia-atacante de origem. Isso diz tudo sobre como ele enxerga o jogo e sua ideia de esgrimar sempre com o adversário. Será um jogaço na Arena.