Vivemos dias de guerra sanitária. E em guerras, há essas mudanças bruscas que fazem a rotina virar gelo fino. A Conmebol anunciou por volta das 21h o adiamento da partida contra o Independiente del Valle e a mudança de sede. O que deveria ser na noite desta quarta-feira (7), no Estádio La Casablanca, casa da LDU, passou para sexta-feira (9), no Defensores del Chaco, em Assunção, onde também fica a sede da Conmebol.
A pandemia tem esse poder de jogar pelos ares a normalidade (ou o fio que resta dela, como é o caso do futebol). O dois casos positivos do Grêmio detectados em Quito fizeram as autoridades sanitárias do Equador impedir a delegação de sair do hotel. O treino da tarde foi cancelado porque ninguém pode deixar o QG gremista em Quito. Se não podia treinar, logo não poderia jogar. Por isso, a Conmebol entrou em cena e tirou o jogo da capital equatoriana.
Esse é o preço de se jogar em meio à guerra contra o coronavírus. Há uma vigilância dos clubes e da Conmebol. Há exames a cada 48 horas, como foi feito no caso do Grêmio desde sábado. Todos foram testados no sábado pela manhã, horas antes do Gre-Nal. Voltaram a ser submetidos ao PCR na segunda-feira pela manhã. Às 7h, todos estavam passando por testes no CT Luiz Carvalho. Com o caso positivo de Renato, voltaram a ser testados no Aeroporto de Quito, no final da tarde de terça-feira.
Toda essa vigilância detectou os casos. Mas ela é insuficiente para tornar o futebol um ambiente totalmente seguro. Não é porque todos os que frequentam aquele ambiente transitam fora dele. Não há uma bolha sanitária. Nem seria possível montá-la com tantos clubes e origens diferentes. A testagem, é claro, ajudou a isolar quem estava contaminado. Mas ela está longe de ser suficiente para que possamos garantir, com segurança, de que vai sair jogo. Até porque, em tempos como esses que estamos vivendo, precisamos viver um dia de cada vez.