Aos 35 anos, Ricardo Colbachini é o técnico mais jovem do Gauchão 2021. Ser o caçula entre treinadores, na verdade, já deixou de ser novidade para ele. Afinal, Colbachini começou sua trajetória aos 17 anos, no sub-10 do Juventude. Não era um time qualquer. Coube àquele guri dar as primeiras lições para Alex Telles, Ramiro, Bressan, Zezinho e Fernando, o volante que depois viria a brilhar no Grêmio.
Nesta quinta-feira (4), no comando do Pelotas, ele reencontrará mais alguns dos seus alunos. Boa parte do time sub-20 usado pelo Inter passou pelas suas mãos. Por telefone, direto da Boca do Lobo, o jovem veterano Colbachini conversou com a coluna.
Você vai para a segunda temporada no Pelotas. Deu para manter uma base de time?
Iniciei aqui nos últimos três jogos o Gauchão 2020, depois da quarentena. Mantivemos seis jogadores da temporada passada, sendo quatro deles titulares. O restante do grupo, precisamos buscar no mercado. O Interior tem muito disso. Há continuidade, mas não se consegue manter muita gente, surgem outros mercados e outra situações para os jogadores.
Como é feita essa montagem? Há muitos jogadores que trabalharam contigo antes?
Montamos com a direção do clube. Buscamos no Grêmio quatro atletas sub-20 emprestados, que estão ajudando muito. Trouxemos alguns nomes que participaram de Gauchões passados e completamos com jogadores que vínhamos observando há algum tempo.
O Pelotas teve metade da cota apenas. O quanto isso impactou na montagem do grupo?
Teve impacto grande. Os clubes do Interior vivem muito dessa cota para fazer o campeonato. Outra dificuldade foi o fato de termos apenas o Gauchão no calendário. Na hora de definir a contratação, fica mais difícil. Há jogadores que optam por um time com temporada cheia, com perspectiva de jogar, por exemplo, uma Serie C.
Como será o Pelotas que veremos contra o Inter?
Gostamos de ser agressivos, de um time que valoriza a posse de bola e consiga fazê-la circular. Optamos por construir a situação e gol através de um jogo apoiado e, em caso de perda de posse, tentar retomá-la rapidamente, se possível no campo adversário. Tivemos um bom período de treino, um mês e meio. Jogadores chegaram nesse meio tempo, mas equalizamos todos.
Como será reencontrar o Inter e alguns ex-jogadores?
Fiquei sete anos no Inter nessa segunda passagem. Será muito bom reencontrar companheiros de comissão técnica e jogadores. Tenho um carinho grande por todos, mas o plano e fazer um grande jogo e competir muito.
Quem você comandou desse time do Inter?
Trabalhei com Heitor, Pedro Henrique, Léo Borges, Lucas Ramos, Johnny, Peglow e o Patinho. Conheço bem essa turma. Esses meninos geração 2001, em alguns momentos, estiveram consco no Inter B.
A grande notícia deste começo de Gauchão do Inter é o Daniel. O que falar dele?
O Daniel trabalhou muito conosco no Inter B e também o conheço do período em que fiz parte da comissão técnica do profissional. É um goleiro muito bom, talentoso, seguro, e isso ele passa para a equipe. Tem um potencial gigante.
Você passou boa parte da carreira em um clube de ponta. Como tem sido essa experiência em uma estrutura menor, do Interior?
É legal vivenciar isso, participar em várias áreas, tentar gerenciar isso, construir com o clube e ajudá-lo a crescer nos mais diversos setores. Aqui, temos funcionários dedicados, que vivem muito o clube. São poucos, mas muito dedicados e isso facilita nosso trabalho.
Qual o seu projeto para 2021?
O projeto aqui é até o final do Gauchão. A visibilidade é grande, e a competição, importante para clube. Queremos conquistar a vaga na Série D 2022 e na Copa do Brasil. Isso faria com que o Pelotas jogasse duas competições nacionais. Este é um ano de reestruturação, o clube precisa estar com cota cheia em 2022.
Para isso tudo, é preciso chegar aos mata-matas. Qual o cálculo para ficar com uma das quatro vagas?
Para avançar à semifinal, creio que, pelo menos, 18 pontos sejam necessários. Não fiz o cálculo com precisão, mas acho que esse número possibilita. São duas vagas, na verdade, já as outras duas são da Dupla. Será uma briga legal, o Interior está forte.