O Grêmio chegou a sete vitórias seguidas. Bateu em 10 jogos sem perder. Escalou rapidamente a tabela do Brasileirão e já começa a olhar o G-4 bem de perto. O crescimento do time está ligado às alternativas que Renato passou a ter na mão. Mas uma em especial: Jean Pyerre.
Trata-se de um jogador de alta qualidade, de uma forma rara de jogar nos dias de hoje. O Grêmio conta com um camisa 10 clássico, que há muito ninguém tem no Brasil. Quando Paulo Henrique Ganso surgiu, o país se eriçou imaginando que a Seleção ganharia um meia que parecia ter saído do túnel do tempo. Ganso jogava tanto que chegou a ficar na lista de espera de Dunga na Copa de 2010. Só que as lesões o atrapalharam, e ele perdeu o caminho.
Agora, vemos o surgimento de um camisa 10 de estirpe aqui na ponta sul do Brasil. Jean faz parecer fácil jogar. Parece, finalmente, ter superado as lesões. Que não vieram sozinhas. O relato do seu pai, Eduardo, ao repórter Leonardo Muller, da RBS TV, sobre o drama com a covid-19 é um soco no estômago.
O próprio Jean revelou na entrevista ao Leo que temeu não jogar mais futebol pela grave lesão muscular sofrida em setembro de 2019. Tudo isso ficou lá atrás e, aqui de fora, a impressão é de que Jean aprendeu, com essas experiências pesadas, a desfrutar do jogo, a se divertir sem deixar que a responsabilidade seja uma trava.
O 4 a 2 no Ceará não foi só o seu segundo jogo inteiro em 2020. Foi o seu jogo. Jean fez um gol de falta, participou de outro e fez um cruzamento para Churín marcar o seu. A recuperação do Grêmio, na hora decisiva, passa por ele. E os caminhos até fevereiro, podem ficar certos, também passarão.