O caldo político que se cozinhava havia, pelo menos, um ano no Inter ferveu e transbordou. Era esperado que esse momento chegasse, afinal o cenário eleitoral se desenhava com dois candidatos dentro da gestão. A sexta-feira marcou a saída dos movimentos que compunham aliança com o grupo do presidente Marcelo Medeiros e a mudança na fotografia da direção.
Marcelo Medeiros se sentiu traído e resolveu desembarcar da sua gestão o candidato em potencial que ele próprio colocou no comando do futebol, Alessandro Barcellos, agora, será oposição e preparará sua candidatura costurada com o Corvengência, outro retirado da gestão, e o INove, esse de oposição.
A questão, agora, é evitar que essa lava quente entre no vestiário e faça o trabalho desandar. O trabalho de Eduardo Coudet passa por um momento de instabilidade, o que é normal em uma temporada atípica, com quatro meses de quarentena e jogos em sequência. Justamente agora ele precisava de um apoio e de uma blindagem. Mas acabou assistindo a um desmantelamento do bloco que conduzia o clube.
Medeiros descerá ao vestiário para tentar evitar que a política interfira no campo. Tentará fazer com que a bola deixe as urnas em um universo paralelo. O que, na minha opinião, será difícil em um outubro que deverá chegar ao dia 25 com até quatro chapas buscando o cargo de presidente. Não bastassem os problemas repetidos para escalar o time, Coudet terá de lidar também com a sombra das urnas sob o seu vestiário.