O Grêmio ajusta com o São Paulo a troca de Luciano por Everton. Vou me aventurar a dizer aqui: seria o negócio do ano na Arena. A razão é simples: viria um jogador afirmado e com uma posição definida, o flanco esquerdo, que ficou carente a partir da saída de Everton Cebolinha, contando apenas com Pepê.
Luciano está longe de ser um jogador medíocre. Pelo contrário, tem boas virtudes. Mas não encontrou seu espaço no modelo de jogo de Renato. Não é centroavante, também não é meia. Muito menos pode fazer o vaivém pelo lado, como executam Alisson e, agora, Pepê.
Só que Everton é mais jogador, oferece um combo interessante de arremate, drible e velocidade. Além disso, tem um histórico recente com o qual Renato adora trabalhar. Mesmo com todas as virtudes e currículo, precisa provar que ainda tem algo a oferecer e que pode se manter em um clube de ponta. Está desafiado, portanto.
O retrospecto de Everton, todos sabem, é de lesões recorrentes. Desde 2015, quando era o cara naquele Flamengo que começava a entrar nos eixos, o meia-atacante padece com problemas musculares. Tudo começou com uma lesão no músculo da coxa esquerda, que teria provocado uma fibrose, e isso ainda cobra seu preço. A série de problemas na coxa que o tirou de ação no segundo turno do Brasileirão de 2018 é apontada no Morumbi como responsável por afastar o São Paulo da disputa do título — o time liderava o campeonato na virada do turno.
Em setembro do ano passado, Everton sofreu rompimento parcial do ligamento cruzado posterior do joelho esquerdo. Só voltou no começo deste ano. Mas já não havia mais espaço para ele. Tanto que atuou apenas em nove jogos. Iniciou apenas quando Fernando Diniz escalou reservas, como no 3 a 1 sobre o Guarani, no qual fez um gol.
Poucos se lembram, mas Everton era o parceiro de Giuliano no meio-campo feito em casa pelo Paraná Clube em 2008. Assim como o ex-meia da Dupla, era tratado como uma das joias do clube. Ao final daquele ano, Giuliano veio para o Inter, e Everton foi comprado pela Traffic.