Nesta quarta-feira (4), Ferreira completa uma semana de treinos com o time de transição. Será assim até que se resolva o impasse na renovação. O que, pelos números apresentados, levará um bom tempo para ser resolvido. Ferreira recebe, hoje, R$ 20 mil mensais.
O Grêmio elevou a sua proposta nos últimos dias. Apresentou oferta de quatro anos de vínculo, com salário de R$ 35 mil no primeiro ano, R$ 40 mil no segundo, R$ 45 mil no terceiro e R$ 50 mil no quarto. O staff do jogador pede três anos e parte dos R$ 50 mil, com aumentos progressivos de R$ 10 mil.
Há outros pontos de divergência nas propostas. O Grêmio não oferece bônus por um número de jogos como titular. O empresário Pablo Bueno pede para o jogador um gatilho a partir da sétima partida como titular em cada temporada. Outra discordância: o clube não oferece luvas. O staff do atacante reivindica 10% do valor do contrato.
Por fim, o clube não aceita ceder percentual dos direitos. Pela proposta apresentada à direção, Ferreira pretende ficar com 20% deles. Esse, aliás, seria o maior dos obstáculos. Por fim, os valores da multa rescisória estão distantes. O Grêmio exige R$ 70 milhões para o mercado nacional e 70 milhões de euros para o Exterior, contra R$ 40 milhões e 10 milhões de euros.
Exigência
Ferreira exige uma valorização proporcional ao seu crescimento em 2019. Começou o ano passado no Aimoré, do qual foi devolvido por causa de uma fascite plantar. Seu agente bancou um tratamento com células-tronco, recuperou-o e pediu uma última chance ao Grêmio.
Ferreira decolou no time de transição e renovou até metade de 2021. Foi goleador do Brasileirão de Aspirantes, com 11 gols — fez mais dois na Copa Seu Verardi — e fechou o ano com boas atuações no time principal. Manteve o nível neste começo de 2020 até surgir o impasse na renovação.
Interesse
Em meio à discussão entre Grêmio e Ferreira, um terceiro personagem entrou na história. O Athletico-PR teria sinalizado interesse em levar o atacante para Curitiba. A oferta seria de R$ 5 milhões para o Grêmio, por metade dos direitos. O atacante de 22 anos receberia um salário de R$ 120 mil mensais em um contrato de três anos.
Caso atingisse metas, ele poderia chegar a R$ 160 mil. O Grêmio recusou a oferta. Caso o impasse siga, em dezembro, Ferreira poderá assinar pré-contrato. Em junho, sairá livre. Um desfecho que seria ruim para todos. Para o Grêmio, porque perderia de graça um jovem promissor. Para o jogador, porque até lá ficaria sem atuar.