A conversa com o agente Flávio Trivella era para buscar maiores informações sobre a relação de Thiago Galhardo e seu irmão, Rafael, 38 anos, guitarrista da banda carioca de reggae Ponto de Equilíbrio, uma das referências nacionais no estilo raiz do gênero.
Foi quando Trivella sugeriu que perguntasse diretamente à mãe deles, com quem saía do Beira-Rio depois da apresentação do meia no Inter. Assim, além das informações sobre os manos (há ainda o caçula, o volante Gabriel, 25), veio um bate-papo divertido com a advogada Valéria Galhardo da Rocha, 55. Confira:
Como é ser mãe de um meia, um volante e um guitarrista de reggae?
É engraçado em casa. Eles, na verdade, são muito engraçados. É uma relação muito legal, a gente faz algumas brincadeiras porque as profissões divergem. Eles se provocam. "Tu é melhor jogando do que cantando", repetem. A mãe é que fica meio assim porque são carreiras imprevisíveis. No futebol, nem sempre depende do atleta. O músico vai na mesma linha, a profissão no Brasil não é tão reconhecida. Mas foi a escolha deles. Como mãe, apoio, claro. Estou sempre ajudando, conversando. Como uma família normal.
Mas, vamos combinar, que uma família com dois jogadores e um guitarrista está longe de ser convencional, não?
(risos). É verdade, Lá em casa é tudo artista. O pessoal brinca comigo, dizem que sou engraçada, que sou o Paulo Gustavo (ator do filme Minha mãe é uma peça) de saia. Sou muito engraçada também. Somos assim.
A senhora, então, tem participação na veia artística deles...
Nas famílias, a mãe é quem sempre projeta a profissão do filho. Nunca estabeleci nada. Nunca nem pensei. Só dizia que, no que escolhessem, que tentassem ser os melhores. E eles estão correspondendo ao que a mãe pediu, não estão? (risos) Apoiei a escolha deles sempre. Na vida, a gente conduz os filhos até eles formarem a personalidade, terem os valores. Mas, depois, é com eles.
Além dos três, a senhora tem mais outros filhos?
Não, três está bom, né? Já sou dentuça, se fizesse mais filho, o povo iria achar quer era um coelho (neste momento, começo a rir na entrevista). Pode rir, querido, sou engraçada mesmo. Lá em casa, ainda tive três netos. Agora, que chegou uma menina. Brincava que eu era o "bendito fruto" na família.
A senhora costuma ir aos jogos e aos shows?
Aos shows, pela agenda, é complicado. Aos jogos, não vou. Fico nervosa. Tento me controlar, mas começo a passar mal, vai me dando falta de ar, uma agonia. Parece que vou desfalecer. Se é uma decisão, nem ouço, não quero saber do resultado, nem que liguem para comentar algo. Faço a minha oração e fico quietinha. Não tenho condições de ir ao estádio.
É habitual a senhora acompanhar o Thiago Galhardo nestas mudanças de clube, até por ser advogada?
Foi a primeira vez. Dei uma olhada no contrato, por conhecer do assunto, mas mais por estar aqui. Não que houvesse interferência minha na negociação.
Mas a roupa vermelha foi pensada para a ocasião.
Não, não vim com essa roupa pensada, não. Peguei, coloquei e, depois que me atentei da cor do Inter. Alguém escreveu que o Thiago havia chegado acompanhado da mulher. Mostrei para ele e disse: "Viu como estou bem na fita?". A resposta veio, claro: "Criaram um monstro! Parece a Mulher Maravilha" (risos).