Tcheco, o camisa 10 do Grêmio na década passada, dá neste final de ano um novo passo. Aos 43 anos, o ex-meia acaba de assumir como técnico do Rio Branco, de Paranaguá, cidade reconhecida pela força econômica do seu porto. Aos 43 anos, chegou a hora de Tcheco virar técnico?
— Exatamente. Recebi essa proposta do Rio Branco e, depois de cinco anos como auxiliar e interino no Coritiba e no Paraná, tentarei dar o pontapé inicial nesta carreira, que é árdua, mas foi o que escolhi para seguir adiante no futebol — comentou.
Você também exerceu cargos de gestão no futebol, não?
— Como queria ficar um tempo perto da família, em Curitiba, aproveitei para agregar conhecimento. Fui auxiliar no Coritiba e no Paraná. Também fiquei curtos períodos como coordenador técnico nesses dois clubes. Achei que seria importante a experiência.
Quem é o Rio Branco?
— É um clube do litoral, de Paranaguá, tem torcida apaixonada, exigente, que há alguns anos vem sofrendo, com o time lutando para não cair. O clube havia perdido crédito no mercado por más gestões. Uma nova diretoria assumiu. Apesar de eu ser estreante como técnico principal, ela viu credibilidade para que ajude a resgatar essa autoestima. O coordenador técnico será o Amauri Knevitz, gaúcho, mas com história aqui, por ter sido campeão com o Paranavaí. Fui capitão do Amauri no Malutrom.
Como é a estrutura? Que clube é esse no cenário estadual?
— O clube melhorou em tudo com essa nova gestão. Investiu em estrutura, no estádio. Reformou vestiários e criou boas condições aos jogadores. Nosso objetivo é buscar vaga na Série D e na Copa do Brasil 2021. O legal é que se criou uma relação de confiança.
Qual a ambição desse investidor com o Rio Branco?
— A linha de trabalho é, mais ou menos, a mesma do Operário, de Ponta Grossa (hoje na Série B). Eles, primeiro, se estabilizaram e resgataram o torcedor. Nos sentimos no mesmo nível deles, em relação à cidade e à estrutura.
O porto de Paranaguá é o segundo do país. O que fazer para atrair o apoio do empresariado?
— Aposto que eles se juntarão a partir do momento em que tiverem confiança no clube e perceberem que ele dá retorno. O Rio Branco é conhecido como o Leão da Estradinha. Queremos fazer esse leão acordar, ele estava havia muito tempo adormecido.
No Grêmio do meu tempo, não abríamos mão de ser competitivos. Hoje em dia, não se pode abrir mão disso"
TCHECO
Ex-jogador e agora técnico do Rio Branco-PR
Que jogadores o Tcheco foi buscar para o seu time?
— Me preocupei de montar equipe com médida de idade boa. Lógico que teremos apostas. Também me preocupei com a estatura. No Estadual, o jogo se baseia muito na bola parada. Fizemos uma pesquisa grande, buscamos informações com os treinadores, fomos atrás do histórico deles. Começamos a treinar faz duas semanas e temos 85% a 90% do grupo fechado.
Como o Tcheco pensa o jogo?
— É simples. A ideia é manter a questão da essência do futebol brasileiro, que é ofensivo. Mas com a defesa organizada. Quero seguir essa linha. Comandei por um ano o sub-23 do Coritiba e consegui.
O que tem de Grêmio em seu estilo de trabalho?
— No Grêmio do meu tempo, não abríamos mão de ser competitivos. Hoje em dia, não se pode abrir mão disso. Hoje, não se ganha só na técnica, na tática. O Grêmio atual é ofensivo, mas segue competitivo. Bate com o que penso.