
O Natal dos gremistas tem tudo para ser muito gordo. O presidente Romildo Bolzan Júnior só espera um sinal positivo do Ministério Público Estadual para anunciar a sonhada compra da Arena. Uma nova rodada de conversas está prevista para esta terça-feira (26), por volta das 18h. A negociação tomou novos rumos nas últimas semanas e pode ser fechada nos próximos dias com um novo modelo de negócio. Falta apenas o MP aceitar as novas garantias apresentadas para que sejam entregues as obras do entorno. Vencida essa última etapa, até meados de fevereiro, o Grêmio poderá encher o peito e dizer que é dono da sua casa.
Em entrevista esclarecedora e didática concedida à Rádio Itaramã, de Tramandaí, Romildo explicou como funcionará a transação. O negócio esteve praticamente fechado há algumas semanas e chegou à etapa final, inclusive com minutas sobre as obras do entorno entregues para revisão. Só que, em um último momento, a Caixa Econômica Federal, segundo o presidente, recuou e não deu sua concordância. Foram dois anos de negociações e de costuras que se encerram com a posição final do banco, anunciada há um mês, de não alinhar-se com a questão do entorno da Arena, único relacionado à CEF.
Imediatamente, Romildo construiu um outro modelo para a compra da gestão do estádio. As conversas estão aceleradas. Houve uma reunião na última quinta-feira e outra estava prevista para a tarde desta terça-feira. Conforme o presidente, "hoje, não falta absolutamente nada (a ser fechado) das pontas do negócio". Nesse novo plano, o Grêmio é quem dará as garantias da execução das obras, usando as receitas que receberá a partir da gestão do estádio. Ou seja, o dinheiro arrecadado com o quadro social será depositado numa conta independente, na qual a OAS também injetará recursos. A construtora se comprometerá com as obras, com fluxo de receitas garantidos. Tanto OAS quanto a prefeitura aceitaram o modelo proposto pelo Grêmio. Só falta mesmo o sinal positivo do MP.
— Se o Ministério Público entender que são firmes as garantias e de que não haverá problemas, vamos partir para a finalização da negociação. Tudo deve andar até 31 de dezembro. Somente um desastre, se o MP efetivamente tiver uma posição diferente daquela que temos hoje, pode derrubar esse negócio — apostou Romildo.
O assunto está com a Promotoria do Meio Ambiente, sob responsabilidade do promotor Alexandre Saltz. Procurado por GaúchaZH nos últimos dias, não tem se manifestado sobre o tema.
Olímpico
Assim que o negócio for fechado, o Grêmio entregará o Estádio Olímpico à construtora e efetuará a esperada troca das chaves, pegando as da Arena e entregando as da velha casa. A aposta em um anúncio agora em dezembro, tendo o sinal verde do MP, se dá porque o clube já tem todo inventário estrutural do estádio pronto. Também já contratou escritório de advocacia para fazer os contratos e elaborar a oficialização das garantias. Conforme Romildo, OAS, MP e prefeitura ocupam lugar na mesa de negociações, o que deixa todos as partes envolvidas a par do que está sendo alinhavado.
Seis anos de tempo
O cálculo apresentado por Romildo na entrevista é de que o Grêmio antecipará em seis anos a aquisição do estádio. Ou seja, pelo contrato inicial com a OAS, o clube seria dono da Arena em 2033. Pelo plano de negócios proposto, o clube quitará em 2027 a dívida relativa ao financiamento para adquirir a gestão do estádio e também aquela gerada pelos encargos provocados pela compra direta. O presidente garante que esse negócio não endividará o Grêmio. Os pagamentos, segundo ele, serão escalonados e seguirão o mesmo fluxo do que já é pago hoje.
— Estimamos economicar entre R$ 80 milhões a R$ 100 milhões (com esse modelo de negócio) — garante Romildo.