O Inter foi sólido como as estruturas do Mineirão e, por isso, está com um pé numa final da Copa do Brasil, uma decisão que não acontece há uma década. A atuação no 1 a 0 sobre o Cruzeiro teve uma lucidez coletiva que faz do clube um sério candidato ao título.
Não houve atuação abaixo da média na noite vermelha no Mineirão. Moledo e Cuesta engoliram os atacantes do Cruzeiro — e Mano Menezes tentou com Sassá, Pedro Rocha e Fred. Bruno foi vigilante o tempo todo. Patrick jogou para marcar e foi efetivo nisso.
Sobis se justificou numa noite em que Odair Hellmann saiu da caixa e, por isso, venceu fora de casa. Guerrero foi decisivo na cobrança de falta do gol e se torna a cada partida o jogador que empurra o Inter a um outro patamar.
Para fechar, houve Edenilson. Escrevi em GaúchaZH que se tratava do melhor volante em atividade no Brasil neste começo de agosto. Cléber Xavier esteve no Mineirão e comprovou ao vivo isso. Edenilson fez o gol com oportunismo de atacante, mas antes disso jogou-se área a área como fazem os meio-campistas mais modernos, marcando e atacando com desenvoltura.
Odair levou a melhor sobre Mano Menezes e o empurrou ainda mais para o precipício da crise. Mérito do técnico colorado. Quando precisou trocar, pensou sempre para a frente, como na entrada de Wellington Silva, mais um resgatado por ele, no lugar de Nico. Por isso venceu e colocou seu Inter sólido e maduro com um pé na final.
O jogo de volta será dia 4 de setembro apenas. Muito água ainda rolará sob a ponte que leva à final. Mas é muito menos provável que este Inter descarrile do que o Cruzeiro entre nos eixos. Aliás, é bem possível que nem seja mais Mano o técnico que o traga ao Beira-Rio. Efeitos, aliás, de uma noite vermelha de um Inter firme e competente no Mineirão.