Há um ponto de equilíbrio neste Inter sólido montado por Odair Hellmann e que será fundamental para que a passagem por Belo Horizonte seja frutífera. Trata-se de Edenilson, o motor de um time que faz das suas transições e da marcação vigorosa suas necessidades, principalmente fora de casa, quando adota uma postura mais cautelosa.
Aos 29 anos, o volante criado na Vila dos Ferroviários, na zona norte de Porto Alegre, vive seu melhor momento. Tanto que passou ser observado por Tite e sua comissão técnica. Edenilson é daqueles casos raros de jogadores que viraram profissionais sem um trabalho de base. Até os 18 anos dividia-se entre o trabalho de office-boy numa clínica de oftalmologia, na Rua Félix da Cunha, no bairro Floresta, e jogos na várzea no final de semana, pelo Garrat, tradicional time da Zona Norte, e pelo Racing, da Vila Dona Teodora.
Chegou a disputar a Copa Paquetá, que na década passada era espécie de Copa do Mundo do futebol amador na Capital. Antes disso, Edenilson havia passado pelo Genoma Colorado. Em janeiro de 2008, o volante cedeu à insistência do irmão, Edmar, que atuava como meia no Guarani e foi até Venâncio Aires fazer um teste para o sub-20. Um mês depois estava no grupo principal.
Teve ainda uma passagem rápida pelos juniores do Caxias, onde jogou entre 2009 e 2011, antes de virar campeão do Mundial de Clubes pelo Corinthians. A Europa fez de Edenilson um meio-campista. Ataca e defende com a mesma intensidade. Seus números em 2019. conforme a plataforma de análise de desempenho Instat, exaltam a regularidade exibida em campo. Além de confirmar o que os colorados já identificaram: passa muito por Edenilson o atual bom momento o Inter.