A noite desta terça-feira (2) no Mineirão, escreva aí e me cobre, será lembrada em novembro de 2022, quando o Brasil estiver palmilhando o deserto atrás do Hexa. A Seleção fez mais do que despachar uma Argentina, que parece um espectro daquela dos bons tempos.
O 2 a 0 era o resultado do qual Tite precisava para dar músculos a um grupo em processo de renovação. Ele precisa desta Copa América, ela será a garantia de harmonia para dar sequência ao trabalho. O 2 a 0 nos argentinos veio acompanhado de rendimento. Não foi uma atuação de gala, mas foi de um padrão elevado de eficiência. Não passou por grandes apuros na defesa, conteve Messi e atacou com uma objetividade se impressionar.
Com o trabalho coletivo bem feito, vieram as individualidades. Daniel Alves fez, certamente, uma de suas melhores atuações da carreira. E olha que sua carreira é longa e cheia de faixas e clubes de grife. O primeiro gol é metade ou mais dele. Aos 36 anos, joga uma partida desse vulto com a mesma naturalidade de quando está treinando.
A noite em que os fantasmas do Mineirão foram exorcizados trouxe de volta para a Seleção Gabriel Jesus. Os 71 metros em que correu da defesa ao ataque, deixando uma fila de argentinos para trás e servindo Firmino mostra que o guri de 21 anos cresceu e ganhou casca depois da Copa do Mundo zerada na Rússia.
O gol e a jogada para Firmino marcam sua volta ao mundo da Seleção. Agora, é esperar pelo adversário, que sairá na noite gelada de Porto Alegre. O Maracanã, no domingo, receberá uma Seleção que ainda não levou gols nesta Copa América e ganhou uma boa dose de confiança. Afinal, faltava uma vitória que convencesse e mostrasse que o caminho é este mesmo.