O titular desta noite na Arena do Grêmio esperava ser lembrado para a Copa de 2018. Perdeu noites de sono nas vésperas do anúncio das listas por Tite, se frustrou e alimentou uma ansiedade que só acabou em outubro. Por isso, chorou ao saber que seu nome estava entre os 23 eleitos pelo técnico.
A imagem registrada por sua mulher, com ele dirigindo sorridente, mas enxugando as lágrimas. correu o mundo. Aos 27 anos, os sete últimos vividos na Itália, o dia de Allan na Seleção Brasileira finalmente chegou. Formado no futsal, com uma passagem pelo campo no Madureira e no Flamengo antes de desembarcar no Vasco, o volante fez parte de uma geração dourada de São Januário.
Para você ter uma ideia, o time campeão brasileiro sub-17 tinha ele e Coutinho no meio-campo. Coutinho no final daquele 2008 foi para a Inter, de Milão. Allan subiu para o profissional em 2008, foi campeão da Copa do Brasil e, depois da eliminação nas quartas de final da Libertadores de 2012, para o Corinthians, foi comprado pela Udinese.
Depois de três anos em Udine, desceu ao Sul para jogar no Napoli. Ali, catapultou sua carreira. Sob o comando de Maurício Sarri, fez parte de um timaço. Era o vértice da direita de um triângulo que tinha o catarinense Jorginho na frente da área e Ramsik pela esquerda. Com Carlo Ancelotti, por dentro, na linha de quatro, ao lado do polonês Piotr Zielinski.
É dessa forma que Tite pretende usá-lo, ao lado de Arthur, dando guarida para que o ex-gremista saia mais para o jogo. A noite na Arena será também a de Allan. O volante que recusou a Itália e chorou quando o Brasil o chamou de volta.