O Grêmio apresentou na noite de terça-feira (27) aos conselheiros o balanço do último trimestre. São números de encher os olhos. De sair da Arena comemorando e soltando foguetes. Porém, e sempre há um porém: eles não são garantia de maiores investimentos em 2020.
O orçamento de 2019, apresentado na mesma noite, prevê a manutenção da política de pés no chão que saneou as contas e projeta, para 2020, o portal do paraíso, ou seja, a autossustentação. Portanto, o clube não fará loucuras – e Renato, certamente, está ciente disso.
O balanço do último trimestre mostrou um Grêmio em dia. Vamos a a alguns números: há R$ 12,6 milhões no caixa; as dívidas foram reduzidas de forma agressiva, com a quitação de R$ 98 milhões nos primeiros nove meses deste ano; a antecipação do pagamento de parte dessas dívidas fez o clube economizar R$ 12 milhões em juros; essa antecipação permite ao clube contar com R$ 2 milhões por mês no seu fluxo de caixa em 2019, quando uma mudança no pagamento da TV afetará as finanças dos clubes da Série A; a provisão para pagamentos de demandas judiciais foi reduzida em R$ 6,7 milhões.
O número que fez brilhar o olho dos conselheiros, no entanto, é o do superávit nos primeiros nove meses do ano: R$ 69 milhões. A previsão é de que feche em 31 de dezembro em R$ 57 milhões. Pelo terceiro ano seguido, o clube fechará no azul. É evidente que as vendas de Arthur, principalmente, e Jailson colaboram para números tão reluzentes. Mas não foi por elas que o clube atingiu este patamar.
Hoje, o Grêmio é apontado como modelo de gestão no Brasil. Sua saúde financeira só não é melhor do que as de Palmeiras, financiado pela Crefisa, e Flamengo, que se organizou e recebe patrocínios e cotas de TV maiúsculas.
Nem mesmo essa situação favorável faz a direção mudar o rumo. O plano para 2019 passa por garimpar de forma minuciosa o mercado para contratar e apostar forte na base. A mesma fórmula usada nos últimos cinco anos, com resultados no campo e fora dele.