Nacho Scocco saiu do Inter em janeiro de 2014 alegando falta de "adrenalina" para atuar no Brasil. Pois, na sua Argentina, o que não lhe falta é adrenalina. O atacante virou peça central no ataque do River Plate para os confrontos pela semifinal da Libertadores com o Grêmio, principalmente, pelos gols na hora decisiva. Mas suas atuações não se restringem ao campo. Fora dele, Scocco virou dirigente. É o presidente há mais de um ano do Hughes F.C, clube amador da sua cidade e onde deu os primeiros chutes.
É em Hughes, a 140 quilômetros, que ele se refugia nas folgas e senta na cadeira mais importante do clube. Como a estrutura é pequena, nem mesmo ele escapa da lida nos eventos para angariar fundos. No fim de semana, circulou nas redes sociais um vídeo em que Scocco aparece servindo no bar do clube. É possível ver uma parrillera ao fundo, com o fogo alto, e o centroavante entregando sanduíches e cobrando os clientes.
Scocco vive seu melhor momento no River desde que chegou, na metade do ano passado. Ele foi um dos reforços para a reta final da Libertadores. Chegou para o lugar de Alário e manteve o bom nível. Contra o Jorge Willstermann fez cinco gols no 8 a 1 que classificou para a semifinal. Contra o Lanús, na semifinal, marcou mais dois. Depois disso, no entanto, suas atuações foram se desidratando. Tanto que Gallardo pediu Pratto para ser a referência ofensiva em 2018. Pediu e levou.
Scocco era reserva de Pratto até ser decisivo outra vez. Fez gol contra o Boca, no Superclássico, e contra o Independiente, na partida que colocou o River na semifinal pela terceira vez nos últimos quatro anos. Ganhou tanta relevância que foi um dos seis pesos-pesados do grupo preservados para o jogo desta sexta-feira (19), contra o Colón, em Santa Fé (os outros foram Armani e Pity Martínez, recém recuperados, Maidana e Ponzio, os veteranos, e Quintero, que jogou pela Colômbia na terça-feira, 16).