O Inter é um líder sólido. E isso tem um imenso significado. Não foi por acaso que ele assumiu a ponta do Brasileirão depois da vitória de 2 a 1 sobre o Flamengo. O Inter chegou ao topo porque construiu com suor, com entrega em cada lance e com muito pragmatismo sua escalada. Soube entender suas limitações e soube, principalmente, colocar em prática todas as lições que o passado recente lhe aplicou. O Inter sofreu muito em 2016 e 2017 e essa casca que criou no pior momento de sua história aparece em campo, na forma de um time que vende muito caro ao adversário cada disputa.
O futebol apresentado pelo Inter está longe de ser brilhante. Aliás, depois de fazer o 1 a 0 no Flamengo, o time amarrou o jogo, recuou e tornou o final do primeiro tempo monótono. Depois, quando fez o 2 a 1, deu a bola ao Flamengo e correu riscos.
Mas, por outro lado, o futebol desse Inter de Odair Hellmann é eficiente, obediente taticamente e vitaminado por uma determinação comovente dos jogadores. Por isso passou mais de 700 minutos sem levar gol, por isso perdeu apenas uma das últimas 19 partidas.
É evidente que essa caminhada até a liderança se fez também com individualidades. Moledo e Cuesta encaixaram como dupla de zaga e estão em alto nível. Marcelo Lomba assumiu a posição e tem operado milagres. Rodrigo Dourado desarma e arma com a mesma frequência e, nesta quarta-feira, complementou seu grande momento com o gol. Edenilson está vendendo saúde no meio. São os protagonistas do momento, posto que até dois ou três jogos eram de Nico e Patrick. E essa rotatividade de expoentes é um bom sinal, mostra que está se criando no Inter um coletivo muito forte. E isso também explica a solidez do novo líder do Brasileirão.