Um raciocínio mais simplista apontaria que os reservas do Grêmio alcançaram no sábado aquilo que deveria ser a tarefa dos titulares contra o Flamengo. Só que não há como traçar paralelo entre os dois jogos. Só as camisas eram as mesmas. E para por aí. Muda tudo o fato de um jogo ser pela Copa do Brasil, com toda a adrenalina e o peso de um mata-mata, e outro pelo Brasileirão, com toda a perspectiva de longo prazo dos pontos corridos. O Flamengo Usou sete titulares que iniciaram na quarta-feira, mas eles estavam cansados ou com a cabeça no Cruzeiro, pela Libertadores, Ou os dois. O Grêmio fez o que precisava _ e necessitava. Perder o deixaria a 10 pontos do líder, o que quase o alijaria de uma disputa de título.
Se nada valeu para traçar paralelo entre a quarta-feira e o sábado, o 2 a 0 no Flamengo muito valeu para avaliações. A principal delas é que já se torna gritante a melhor produção de Jael em relação a André. Um entrega algo para o time, nem que seja transpiração. O outro entra e sai quase sempre de forma discreta, apesar do refino técnico maior. Jael, entre as trombadas com o zagueiro e alguns tropeções na bola, faz entregas de relevo.
No sábado, mesmo sob a pressão de perder um pênalti, fez gol, deu assistência para o outro e ainda construiu jogada para Pepê marcar _ com direito a passe de Ronaldinho, olhando para um lado e tocando a bola para o outro. O Grêmio precisará de Jael contra os zagueiros argentinos do Estudiantes. A mesma que tem feito Jael superar André. O jogo ainda mostrou de novo Matheus Henrique jogando com naturalidade no meio e dinamizando o meio-campo. Ele tinha lugar no grupo da Libertadores, sem dúvida alguma.